Bombardeamento mata mais de 80
Pelo menos 80 pessoas morreram e centenas ficaram feridas durante um bombardeamento aéreo levado a cabo pelas forças norte-americanas na província de Kandahar, palco de violentos combates entre insurgentes e tropas estrangeiras desde o início de 2006.
De acordo com o comunicado do Pentágono, divulgado segunda-feira, as bombas lançadas pela aviação enquadraram-se numa operação de repressão mais vasta contra grupos de «talibãns» activos na região Sul do Afeganistão. Testemunhos locais, citados pela Prensa Latina, contariam a versão oficial e contestam a alegada «cirurgia» dos ataques, revelando que na sequência dos combates entre a resistência e os contingentes militares ocupantes a aldeia acabou também por se tornar um alvo militar.
O porta-voz do exército dos EUA no terreno, Scott Lundy, afirmou, em declarações à comunicação social, que o número de vítimas não ultrapassou as duas dezenas, todos supostos «talibãns», mas os relatos populares indicam que só os civis mortos em Tolokan ultrapassa a meia centena, metade dos quais pertencentes a uma mesma família. O número de feridos encontra-se ainda por apurar, mas segundo as declarações de Atta Mohammad, habitante de Tolokan, para os hospitais de Kandahar foram transportadas mulheres e crianças.
Dias sangrentos
A confirmar o cenário de guerra que se reacendeu no Afeganistão desde o princípio do ano, também a capital foi cenário de acções de violência que parecem crescer na mesma medida do descontentamento popular pela manutenção de tropas estrangeiras no território.
Domingo, um carro-bomba explodiu junto a uma base militar da ISAF (Força Internacional de Assistência e Segurança, na sigla portuguesa), na estrada de acesso à cidade de Jalalabad, via fundamental para a coordenação das forças internacionais sob comando da OTAN e as congéneres norte-americanas. Três pessoas perderam a vida, às quais se juntam, no dia anterior, os dois soldados das forças especiais francesas e um marine dos EUA.
Kandahar, Uruzgan e Helmand, são actualmente focos de acções violentas envolvendo, por um lado, a ISAF e os EUA, e por outro, grupos armados que contestam a ocupação e a tomada do poder por formações políticas colaboracionistas com a invasão do país.
Desde quinta-feira da semana passada, as hostilidades já mataram mais de 200 pessoas e fizeram um número incalculável de feridos, entre civis, polícias e militares. Desde a invasão do Afeganistão, em 2001, cerca de 235 soldados norte-americanos morreram em serviço, 25 dos quais em 2006.
Quem também não escapa à contestação violenta da ocupação do país pelas forças lideradas pelos EUA e pela OTAN são as Nações Unidas, responsáveis pela alegada «legitimação» do acto à luz do direito internacional.
Quarta-feira, 17, em Kandahar, um engenho explosivo deflagrou à passagem de uma caravana da ONU, incidente que acresce ao registado sexta-feira, 12, quando o condutor de um veículo da UNICEF e um médico da organização foram apanhados pelo rebentamento de uma granada.
De acordo com o comunicado do Pentágono, divulgado segunda-feira, as bombas lançadas pela aviação enquadraram-se numa operação de repressão mais vasta contra grupos de «talibãns» activos na região Sul do Afeganistão. Testemunhos locais, citados pela Prensa Latina, contariam a versão oficial e contestam a alegada «cirurgia» dos ataques, revelando que na sequência dos combates entre a resistência e os contingentes militares ocupantes a aldeia acabou também por se tornar um alvo militar.
O porta-voz do exército dos EUA no terreno, Scott Lundy, afirmou, em declarações à comunicação social, que o número de vítimas não ultrapassou as duas dezenas, todos supostos «talibãns», mas os relatos populares indicam que só os civis mortos em Tolokan ultrapassa a meia centena, metade dos quais pertencentes a uma mesma família. O número de feridos encontra-se ainda por apurar, mas segundo as declarações de Atta Mohammad, habitante de Tolokan, para os hospitais de Kandahar foram transportadas mulheres e crianças.
Dias sangrentos
A confirmar o cenário de guerra que se reacendeu no Afeganistão desde o princípio do ano, também a capital foi cenário de acções de violência que parecem crescer na mesma medida do descontentamento popular pela manutenção de tropas estrangeiras no território.
Domingo, um carro-bomba explodiu junto a uma base militar da ISAF (Força Internacional de Assistência e Segurança, na sigla portuguesa), na estrada de acesso à cidade de Jalalabad, via fundamental para a coordenação das forças internacionais sob comando da OTAN e as congéneres norte-americanas. Três pessoas perderam a vida, às quais se juntam, no dia anterior, os dois soldados das forças especiais francesas e um marine dos EUA.
Kandahar, Uruzgan e Helmand, são actualmente focos de acções violentas envolvendo, por um lado, a ISAF e os EUA, e por outro, grupos armados que contestam a ocupação e a tomada do poder por formações políticas colaboracionistas com a invasão do país.
Desde quinta-feira da semana passada, as hostilidades já mataram mais de 200 pessoas e fizeram um número incalculável de feridos, entre civis, polícias e militares. Desde a invasão do Afeganistão, em 2001, cerca de 235 soldados norte-americanos morreram em serviço, 25 dos quais em 2006.
Quem também não escapa à contestação violenta da ocupação do país pelas forças lideradas pelos EUA e pela OTAN são as Nações Unidas, responsáveis pela alegada «legitimação» do acto à luz do direito internacional.
Quarta-feira, 17, em Kandahar, um engenho explosivo deflagrou à passagem de uma caravana da ONU, incidente que acresce ao registado sexta-feira, 12, quando o condutor de um veículo da UNICEF e um médico da organização foram apanhados pelo rebentamento de uma granada.