Maus tratos a idosos
Paula Guimarães, representante da Rede Internacional de Prevenção da Violência contra as Pessoas Idosas denuncia, em entrevista ao jornal «Público», a existência continuada de maus tratos a idosos, em Portugal. «É rara a semana em que não há a denúncia de uma situação de maus tratos», diz. Os maus tratos, geralmente fruto do «stress do cuidador», verificam-se na família, dentro das instituições e «a diferentes níveis», incluindo alguma violência física, e vão da «violação ao aparecimento de escaras por ausência de tratamento». Não raras vezes, registam-se também por «ignorância» e «ausência de informação» às famílias sobre como tratar os idosos.
Para esta jurista, tem havido, nos últimos trinta anos, uma total ausência de políticas sobre envelhecimento, com a saúde a trabalhar «de costas voltadas para a segurança social...». Assim, «exigir às famílias, neste contexto, que prestem cuidados é também uma violência sobre as famílias».
«Violência tremenda» é também, para Paula Guimarães, condicionar a prestação do Complemento Solidário para Idosos à declaração de rendimentos dos filhos. Exigir alimentos aos filhos, diz, é cortar «o último resquício de uma relação afectiva», sendo Direito português muito claro quando diz «que o exercício da acção de reivindicação de alimentos tem que ser o exercício de uma vontade livre».
Para esta jurista, tem havido, nos últimos trinta anos, uma total ausência de políticas sobre envelhecimento, com a saúde a trabalhar «de costas voltadas para a segurança social...». Assim, «exigir às famílias, neste contexto, que prestem cuidados é também uma violência sobre as famílias».
«Violência tremenda» é também, para Paula Guimarães, condicionar a prestação do Complemento Solidário para Idosos à declaração de rendimentos dos filhos. Exigir alimentos aos filhos, diz, é cortar «o último resquício de uma relação afectiva», sendo Direito português muito claro quando diz «que o exercício da acção de reivindicação de alimentos tem que ser o exercício de uma vontade livre».