Unicef apela a doadores para ajudar 29 países

A Unicef precisa de 480 milhões de euros para apoiar crianças e mulheres em 29 países onde se verificam crises humanitárias. Metade do montante destina-se ao Sudão, onde o conflito em Darfur afecta a 3,4 milhões de pessoas e ameaça a sobrevivência de 1,4 milhões de crianças, das quais cerca de 500 mil com menos de cinco anos.
«As emergências comprometem a prestação de serviços básicos e protecção às crianças», afirmou a directora executiva da UNICEF, Ann M.Veneman, na apresentação do relatório da organização na segunda-feira, em Genebra. «No passado, uma série de desastres naturais e crises humanitárias persistentes deixaram milhões de crianças e famílias vulneráveis à doença, à má nutrição e à violência», sublinhou.
«O financiamento da UNICEF em situações de emergência atingiu um valor ímpar em 2005, graças à extraordinária generosidade dos doadores para com as vítimas do tsunami, do terramoto no Paquistão e várias outras emergências», refere o relatório. No entanto, em 2005 apenas um quarto dos 25 apelos de emergência da UNICEF receberam um financiamento acima dos 50 por cento.
«A resposta rápida e eficiente às crises é uma parte essencial da concretização dos objectivos de desenvolvimento a longo prazo», afirmou Dan Toole, director dos Programas de Emergência da UNICEF. «Em muitos destes países, as crianças vivem num estado de emergência quase permanente, porque estão a crescer num meio onde domina a pobreza extrema, sem acesso à educação nem aos mais básicos cuidados de saúde», acrescentou.
As áreas com maiores carências de financiamento incluem o Sudão, a África Ocidental e Austral, a Europa Central e de Leste, a Comunidade de Estados Independentes, o Sul da Ásia, a Ásia de Leste e o Pacífico, o Médio Oriente e o Norte de África.
As actividades de ajuda humanitária e de recuperação incluem o fornecimento de bens de primeira necessidade e formação na área da educação, protecção infantil, saúde e nutrição.
Se conseguir reunir os fundos, a UNICEF prosseguirá esforços para melhorar o acesso à educação através do fornecimento de kits-escola, tratar as crianças que sofrem de má nutrição grave e moderada, proporcionar o acesso a água potável e instalações sanitárias, vacinar dezenas de milhões de crianças contra o sarampo e a malária e prestar assistência para a desmobilização e reintegração das crianças-soldado, entre outros.

Crianças sofrem consequências do tsunami

A Unicef fez uma sondagem a 1200 crianças da Índia, Sri Lanka, Tailândia e Indonésia sobre o que pensam acerca do tsunami e do seu futuro pessoal, um ano depois do desastre natural que afectou aquela região.
Cerca de 25 por cento das crianças indonésias disseram sentir fome com frequência e 19 por cento que não comem com a mesma regularidade desde o tsunami. A falta de dinheiro e a necessidade de trabalhar para ajudar no sustento das famílias são as principais razões apresentadas pelas crianças que não frequentam a escola. Na Índia, 58 por cento dos inquiridos disseram não poder passar tanto tempo com as pessoas próximas como antes do tsunami.
O estudo revela ainda que mais de metade das crianças da Índia e do Sri Lanka receiam um novo tsunami ou terramoto, que mais de um terço dos inquiridos da Indonésia se sente muitas vezes sozinho e que 76 por cento das crianças da Tailândia temem a morte de um ente querido.
Praticamente todas as crianças entrevistadas sabiam que tinham beneficiado de ajuda humanitária e afirmaram querer continuar a recebê-la para poderem estudar, para colmatar as despesas de habitação e vestuário e para os familiares estarem empregados.
Apesar de tudo isto, cerca de 80 por cento das crianças afectadas pelo tsunami na Índia, Sri Lanka e Tailândia dizem ter confiança num futuro melhor.


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