Aumentos agravam condições de vida
Com o início do novo ano, aumentam novamente os preços de bens e serviços essenciais. O PCP reagiu, em conferência de imprensa, considerando profundamente injustos estes aumentos.
Entre 2000 e 2005, os portugueses perderam 5% de poder de compra
Os novos aumentos de preços de bens e serviços essenciais são «inaceitáveis porque profundamente injustos», afirmou, terça-feira, em conferência de imprensa, Jorge Pires, da Comissão Política. Este agravamento dos preços, denunciou o dirigente comunista, apenas vem agravar as condições de vida da esmagadora maioria dos portugueses e acentuar a perda do poder de compra dos salários e o endividamento das famílias portuguesas, que já chegou aos 118 por cento. Jorge Pires realçou que há quem ganhe com isto: os grupos económicos, que vêem assim os seus lucros crescer.
Para o membro da Comissão Política do PCP, estes aumentos são a concretização de «velhas soluções pré-anunciadas quando da discussão do Programa de Estabilidade e Crescimento e confirmadas com a aprovação do orçamento de Estado para 2006». Estes documentos, realçou, deixaram claro que as opções políticas, económicas e sociais deste governo «não vão no sentido do combate à injusta distribuição da riqueza; às desigualdades; à pobreza e à exclusão social». Antes pelo contrário, denunciou, «são o fruto de uma opção ideológica, em que a pobreza e a exclusão social são apresentadas como uma fatalidade».
Jorge Pires lembrou que já no momento da discussão do orçamento, os comunistas avisaram que a «obsessão pelo défice», numa altura de grave crise económica, teria consequências nefastas. Nomeadamente, recordou, esta obsessão contribuiria sempre para prolongar a estagnação económica, mergulhar o País na recessão, aumentar ainda mais o desemprego e agravar as condições de vida dos portugueses, com a redução do poder de compra dos trabalhadores.
Aumentos sobre aumentos
«Estamos a falar de um conjunto de aumentos de bens essenciais e serviços públicos, como é o caso do pão – 10 por cento; da electricidade – 2,3 por cento; das portagens – 2,8 por cento; dos transportes – com um aumento médio de 2,3 por cento; das taxas moderadoras – que podem, nas urgências dos hospitais, ir até 9 por cento; dos medicamentos – com o fim da majoração nos genéricos e da comparticipação a 100 por cento para muitos doentes crónicos e muitos outros que se seguirão fruto do efeito “bola de neve”», afirmou o dirigente comunista. Estes aumentos, lembrou, dão-se sobre produtos e serviços que durante 2005 tinham sido alvo de outros aumentos. Foram o caso «dos preços dos transportes, que só nos últimos oito meses foram alterados quatro vezes subindo 10 por cento; do pão que sofreu um aumento de 10 por cento; da electricidade – 2,3 por cento; das propinas – 11,5 por cento; do gás – 8,3 por cento; da gasolina – 13 por cento; não esquecendo o aumento do IVA de 19 para 21 por cento».
Salários não crescem
Lembrando que Portugal é o país da UE a 15 com os mais baixos salário mínimo e médio e com as mais baixas reformas, o dirigente comunista considerou «no mínimo escandalosa e profundamente injusta, a decisão do Governo de impor um aumento salarial na Administração Pública de 1,5 por cento para 2006». Isto «quando se sabe que estes trabalhadores só de 2000 a 2005 perderam em termos médios cerca de 5 por cento do seu poder de compra».
Para Jorge Pires, e em resultado das políticas de moderação salarial seguidas em Portugal, a «percentagem do PIB que reverte para os trabalhadores sob a forma de remunerações atingiu apenas 40 por cento», enquanto a média na União Europeia a 25 rondou os 51 por cento. «Ao mesmo tempo que o Governo pede à esmagadora maioria dos portugueses mais sacrifícios, os grandes grupos económicos obtêm, na maioria dos casos os melhores resultados líquidos de sempre», denunciou.
Para o membro da Comissão Política do PCP, estes aumentos são a concretização de «velhas soluções pré-anunciadas quando da discussão do Programa de Estabilidade e Crescimento e confirmadas com a aprovação do orçamento de Estado para 2006». Estes documentos, realçou, deixaram claro que as opções políticas, económicas e sociais deste governo «não vão no sentido do combate à injusta distribuição da riqueza; às desigualdades; à pobreza e à exclusão social». Antes pelo contrário, denunciou, «são o fruto de uma opção ideológica, em que a pobreza e a exclusão social são apresentadas como uma fatalidade».
Jorge Pires lembrou que já no momento da discussão do orçamento, os comunistas avisaram que a «obsessão pelo défice», numa altura de grave crise económica, teria consequências nefastas. Nomeadamente, recordou, esta obsessão contribuiria sempre para prolongar a estagnação económica, mergulhar o País na recessão, aumentar ainda mais o desemprego e agravar as condições de vida dos portugueses, com a redução do poder de compra dos trabalhadores.
Aumentos sobre aumentos
«Estamos a falar de um conjunto de aumentos de bens essenciais e serviços públicos, como é o caso do pão – 10 por cento; da electricidade – 2,3 por cento; das portagens – 2,8 por cento; dos transportes – com um aumento médio de 2,3 por cento; das taxas moderadoras – que podem, nas urgências dos hospitais, ir até 9 por cento; dos medicamentos – com o fim da majoração nos genéricos e da comparticipação a 100 por cento para muitos doentes crónicos e muitos outros que se seguirão fruto do efeito “bola de neve”», afirmou o dirigente comunista. Estes aumentos, lembrou, dão-se sobre produtos e serviços que durante 2005 tinham sido alvo de outros aumentos. Foram o caso «dos preços dos transportes, que só nos últimos oito meses foram alterados quatro vezes subindo 10 por cento; do pão que sofreu um aumento de 10 por cento; da electricidade – 2,3 por cento; das propinas – 11,5 por cento; do gás – 8,3 por cento; da gasolina – 13 por cento; não esquecendo o aumento do IVA de 19 para 21 por cento».
Salários não crescem
Lembrando que Portugal é o país da UE a 15 com os mais baixos salário mínimo e médio e com as mais baixas reformas, o dirigente comunista considerou «no mínimo escandalosa e profundamente injusta, a decisão do Governo de impor um aumento salarial na Administração Pública de 1,5 por cento para 2006». Isto «quando se sabe que estes trabalhadores só de 2000 a 2005 perderam em termos médios cerca de 5 por cento do seu poder de compra».
Para Jorge Pires, e em resultado das políticas de moderação salarial seguidas em Portugal, a «percentagem do PIB que reverte para os trabalhadores sob a forma de remunerações atingiu apenas 40 por cento», enquanto a média na União Europeia a 25 rondou os 51 por cento. «Ao mesmo tempo que o Governo pede à esmagadora maioria dos portugueses mais sacrifícios, os grandes grupos económicos obtêm, na maioria dos casos os melhores resultados líquidos de sempre», denunciou.