Unicef denuncia

115 milhões de crianças fora da escola

Há muito trabalho a fazer para alcançar a paridade dos sexos no acesso ao ensino primário e secundário, como mostra o último relatório da Unicef. Quase 115 milhões de crianças não frequentam a escola.

A maioria das crianças que não frequenta a escola são raparigas

A Unicef revelou que quase 115 milhões de crianças não frequentam a escola e que a maioria são raparigas. O último relatório da organização, divulgado na sexta-feira em Pequim, mostra que não foram alcançados os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio: alcançar em 2005 a paridade de género no ensino primário e secundário, ou seja, a garantia de que todos os rapazes e raparigas em idade escolar entram no sistema de ensino.
Várias razões foram apontadas: a pobreza, a discriminação, a má governação, a doença, os desastres naturais e as emergências provocadas pela acção humana. Para alcançar a paridade, a Unicef defende a abolição das propinas e de outros custos com a educação, o reforço de bolsas de estudo para crianças desfavorecidas, o financiamento dos países em «situação de emergência» educacional e a utilização do sistema de educação como ponte para intervir em áreas como a nutrição, vacinação e higiene.
A África Central e Ocidental apresenta a pior situação e as maiores discrepâncias entre sexos. No Burkina Faso, na República Democrática do Congo e na Nigéria, apenas duas em cada cinco crianças frequenta a escola. Citada pela Lusa, a Unicef prevê que apenas os Camarões, Gabão, Gana, Mauritânia e São Tomé e Príncipe poderão alcançar a paridade de género nas escolas em 2005.
Na região do Pacífico e Ásia Oriental, a organização assinala «enormes disparidades entre países», com altas taxas de abandono escolar, referindo que a crise financeira da década de 90 nos países da região prejudicou o objectivo de alcançar a educação primária universal.
No Médio Oriente e Norte de África verificam-se vários quadros: regista-se a mais alta taxa de aumento de escolarização e metade dos países está a caminho da paridade universal em 2015, mas ao mesmo tempo mantém-se o desequilíbrio entre sexos e 8,8 milhões de crianças continuam fora da escola.
No Sul da Ásia, a Unicef regista o crescimento da Índia como pólo científico e tecnológico, mas nota que 42 milhões de crianças não estão na escola, a maioria das quais raparigas.
A organização considera que, para atingir a paridade em 2015, é preciso que as matrículas aumentem em todo o mundo 1,3 por cento por ano durante dez anos, uma média que terá de ser mais alta em países como o Benim, Eritreia, Nepal ou Afeganistão.


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