O Dia de Rosa Parks
Rosa Parks, a mulher que foi um símbolo do movimento pelos direitos cívicos desde 1955, morreu a 24 de Outubro em Detroit com 92 anos. Mas mesmo depois de morta ela continua a inspirar a luta pela igualdade nos Estados Unidos.
Em 1955 em Montgomery, Alabama, e noutras partes do Sul profundo, a lei dizia que se os brancos quisessem sentar-se nos bancos da frente de um autocarro os negros tinham de levantar-se para lhes dar lugar e passar para a parte detrás. A 1 de Dezembro de 1955, a antiga costureira Rosa Parks disse «Basta!» e recusou ceder o seu lugar a um branco e a ir para a parte detrás do autocarro. A recusa não foi apenas um acto de raiva espontâneo por parte de Rosa Parks. O seu desafio reflecte uma decisão consciente tomada pela Associação Nacional pela Promoção das Pessoas de Cor (NAACP, na sigla inglesa), de que Rosa Parks fazia parte, para mudar todo o sistema de leis racistas na cidade de Montgomery e no Estado do Alabama.
Rosa Parks foi presa por recusar submeter-se às leis de segregação. Após a sua prisão, a NAACP apelou ao boicote aos transportes públicos em Montgomery. A partir de 5 de Dezembro, cerca de 40 000 negros, a maioria dos quais trabalhadores pobres e utentes de autocarros, começaram a ir para o trabalho em carros colectivos ou andando a pé durante quilómetros. Este boicote transformou-se num poderoso movimento para mudanças sociais que envolveu toda a população negra de Montgomery. O dr. Martin Luther King, então um jovem pastor em Montgomery, destacou-se como o principal porta-voz durante o boicote, que acabou numa vitória. Em honra ao boicote e à sua dedicação ao movimento, dezenas de milhares de pessoas prestaram homenagem a Rosa Parks em Montgomery, em Washington, onde o seu corpo foi depositado na Rotunda do Capitólio, e em Detroit no Museu Afro-americano antes do funeral a 2 de Novembro, e milhões lembraram o seu exemplo.
Contra o racismo e contra a guerra
Cerca de um mês antes da morte de Rosa Parks, a coligação de organizações anti-guerra e pelos direitos cívicos apelou à coordenação de manifestações em todo o país a 1 de Dezembro de 2005, para comemorar o Boicote aos Transportes em Montgomery e para dar início a uma nova luta. Larry Holmes, um activista dos direitos cívicos que é o porta-voz da ColigaçãoTroops Out Now (Tropas Fora Agora), um grupo contra a guerra, falou ao Avante! sobre os planos da organização: «A 1 de Dezembro - data do 50.º aniversário da tempestade desencadeada por Rosa Parks contra a segregação racista -, movimentos cívicos, de trabalho, anti-guerra e outras forças sociais lembrarão este importante aniversário com um dia nacional de falta ao trabalho e de protesto contra o racismo, a guerra e a pobreza.»
Holmes trabalha igualmente com o Movimento Million Workers March (Marcha de um milhão de trabalhadores), outra estrutura que apoia o apelo de 1 de Dezembro.
«Tal como a 12 de Novembro, está programada uma grande manifestação na Wall Street, na baixa de Nova Iorque. Membros da organização International Longshore Workers Union Local 10 e activistas contra a guerra planeiam uma manifestação em San Francisco Bay. Estão também previstos protestos em Boston, Baltimore, Detroit, Denver, no prestigiado e histórico Black women’s Spellman College de Atlanta, em Los Angeles e San Diego, bem como noutras cidades por todo o país», disse Holmes.
«Nós começámos por apelar a manifestações como uma forma de juntar o movimento anti-guerra com a luta por justiça para a maioria dos afro-americanos obrigados a evacuar Nova Orleães e outras áreas de Louisiana e Mississippi após a devastação do furacão Katrina», disse Holmes. «Apelámos aos estudantes para se manifestarem à volta das escolas, aos trabalhadores para cumprirem um ‘dia de ausência’ ao trabalho, por outras palavras, uma greve. Após a morte de Rosa Parks, algo de novo aconteceu. Os afro-americanos eleitos nos concelhos municipais de várias cidades propuseram que 1 de Dezembro fosse reconhecido como o Dia Rosa Parks e que esse fosse um dia de luta.»
«A proposta foi aprovada no Concelho Municipal de Boston a 26 de Outubro, foi apresentada no dia seguinte em Nova Iorque, e está agora também na agenda em Baltimore, Detroit, San Francisco e noutras cidades, onde o público pode participar na discussão.» Holmes acrescentou que as centenas de manifestações por todo o país durante o fim-de-semana que assinalou os 2000 soldados mortos no Iraque foram um sinal de que o movimento anti-guerra está em marcha. O mesmo sucedeu a 2 de Novembro com o apelo da coligação World Won’t Wait (O Mundo Não Quer Esperar) a uma manifestação contra Bush, que inspirou desfiles de cerca de 30 escolas superiores em Nova Iorque e com idêntico êxito em Atlanta e Los Angeles. «É tempo», afirma Holmes, «de lembrar Rosa Parks e de unir a luta contra o racismo à luta pelo fim da ocupação do Iraque.»
Rosa Parks foi presa por recusar submeter-se às leis de segregação. Após a sua prisão, a NAACP apelou ao boicote aos transportes públicos em Montgomery. A partir de 5 de Dezembro, cerca de 40 000 negros, a maioria dos quais trabalhadores pobres e utentes de autocarros, começaram a ir para o trabalho em carros colectivos ou andando a pé durante quilómetros. Este boicote transformou-se num poderoso movimento para mudanças sociais que envolveu toda a população negra de Montgomery. O dr. Martin Luther King, então um jovem pastor em Montgomery, destacou-se como o principal porta-voz durante o boicote, que acabou numa vitória. Em honra ao boicote e à sua dedicação ao movimento, dezenas de milhares de pessoas prestaram homenagem a Rosa Parks em Montgomery, em Washington, onde o seu corpo foi depositado na Rotunda do Capitólio, e em Detroit no Museu Afro-americano antes do funeral a 2 de Novembro, e milhões lembraram o seu exemplo.
Contra o racismo e contra a guerra
Cerca de um mês antes da morte de Rosa Parks, a coligação de organizações anti-guerra e pelos direitos cívicos apelou à coordenação de manifestações em todo o país a 1 de Dezembro de 2005, para comemorar o Boicote aos Transportes em Montgomery e para dar início a uma nova luta. Larry Holmes, um activista dos direitos cívicos que é o porta-voz da ColigaçãoTroops Out Now (Tropas Fora Agora), um grupo contra a guerra, falou ao Avante! sobre os planos da organização: «A 1 de Dezembro - data do 50.º aniversário da tempestade desencadeada por Rosa Parks contra a segregação racista -, movimentos cívicos, de trabalho, anti-guerra e outras forças sociais lembrarão este importante aniversário com um dia nacional de falta ao trabalho e de protesto contra o racismo, a guerra e a pobreza.»
Holmes trabalha igualmente com o Movimento Million Workers March (Marcha de um milhão de trabalhadores), outra estrutura que apoia o apelo de 1 de Dezembro.
«Tal como a 12 de Novembro, está programada uma grande manifestação na Wall Street, na baixa de Nova Iorque. Membros da organização International Longshore Workers Union Local 10 e activistas contra a guerra planeiam uma manifestação em San Francisco Bay. Estão também previstos protestos em Boston, Baltimore, Detroit, Denver, no prestigiado e histórico Black women’s Spellman College de Atlanta, em Los Angeles e San Diego, bem como noutras cidades por todo o país», disse Holmes.
«Nós começámos por apelar a manifestações como uma forma de juntar o movimento anti-guerra com a luta por justiça para a maioria dos afro-americanos obrigados a evacuar Nova Orleães e outras áreas de Louisiana e Mississippi após a devastação do furacão Katrina», disse Holmes. «Apelámos aos estudantes para se manifestarem à volta das escolas, aos trabalhadores para cumprirem um ‘dia de ausência’ ao trabalho, por outras palavras, uma greve. Após a morte de Rosa Parks, algo de novo aconteceu. Os afro-americanos eleitos nos concelhos municipais de várias cidades propuseram que 1 de Dezembro fosse reconhecido como o Dia Rosa Parks e que esse fosse um dia de luta.»
«A proposta foi aprovada no Concelho Municipal de Boston a 26 de Outubro, foi apresentada no dia seguinte em Nova Iorque, e está agora também na agenda em Baltimore, Detroit, San Francisco e noutras cidades, onde o público pode participar na discussão.» Holmes acrescentou que as centenas de manifestações por todo o país durante o fim-de-semana que assinalou os 2000 soldados mortos no Iraque foram um sinal de que o movimento anti-guerra está em marcha. O mesmo sucedeu a 2 de Novembro com o apelo da coligação World Won’t Wait (O Mundo Não Quer Esperar) a uma manifestação contra Bush, que inspirou desfiles de cerca de 30 escolas superiores em Nova Iorque e com idêntico êxito em Atlanta e Los Angeles. «É tempo», afirma Holmes, «de lembrar Rosa Parks e de unir a luta contra o racismo à luta pelo fim da ocupação do Iraque.»