A questão é transformá-lo!
O relatório anual do PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, é ao mesmo tempo um importante grito de alerta e um incontestável libelo acusatório.
O capitalismo não só não resolve como agrava os problemas da humanidade
Atentemos somente na informação que nos diz que no mundo, no ano de 2005, continuam a morrer crianças à fome. O Relatório, divulgado na passada semana, vai mais longe e, com a crueza dos números, diz-nos que morrem 1200 crianças, repita-se, 1200 crianças por hora. Não que não seja significativo que mais de mil milhões de pessoas vivam na mais abjecta pobreza, com menos de um dólar por dia, ou que hoje na Zâmbia seja menos provável chegar aos 30 anos, do que era em 1840 na Inglaterra, ou ainda que 18 países, onde vivem 460 milhões de seres humanos, tenham este ano, resultados mais baixos no índice de desenvolvimento humano do que em 1990.
Mas quedemo-nos só nesse monstruoso número que nos diz que todos os dias cerca de trinta mil crianças sucumbem à fome.
Perante este dado, não pode deixar de ser positivo que haja instituições, e ainda por cima uma instituição tão prestigiada e credível quanto o PNUD, que no-lo revele e que ele seja repetido até à exaustão numa atitude militante que desperte as consciências para uma tão grave realidade.
Mesmo que se saiba que, apesar do melhor esforço que nele coloquem os que directamente o produzem, este e outros relatórios e avisos não são mais que válvulas de escape do sistema, que permitem discursos preocupados e caras compungidas, manifestações de intenção de dedicar mais atenção e recursos à matéria, vãs promessas de que «mantendo, com firmeza, o caminho traçado se atingirão os objectivos definidos lá para 2015».
Até porque, e vamos à outra face da moeda, o documento em si, as suas conclusões tão iguais, ano após ano, as receitas todos os anos reafirmadas, fazem do relatório do PNUD um incontestável libelo acusatório ao capitalismo.
O capitalismo, na sua actual fase imperialista, não só se revela incapaz de resolver os mais profundos e sérios problemas da humanidade, como aparece, com clareza, na sua natureza predadora, como principal responsável pela situação a que chegámos.
É que diz, também o relatório, dos 32 países com pior índice de desenvolvimento, 22 passaram por guerras desde a década de 90. Guerras promovidas para defender os interesses de expansão e de rapina do imperialismo nos mais diversos pontos do mundo.
Diz mais que seis países que sofreram retrocessos desde 1990 pertencem à Comunidade de Estados Independentes (CEI), que sucedeu à União Soviética. Desde 1990, o Tajiquistão caiu 21 lugares nas tabelas do IDH, a Ucrânia 17, e a Federação Russa 15. O Relatório demonstra que os principais factores para que tal se verifique são o declínio da esperança de vida, combinado com a ruptura económica após a queda da União Soviética.
E sublinha a essência injusta do sistema ao afirmar que as 500 pessoas mais ricas do mundo obtém um rendimento superior ao conseguido pelas 416 milhões de pessoas mais pobres.
O mundo está mais injusto
No XVII Congresso do PCP fizemos uma profunda avaliação sobre a situação mundial. Afirmámos a tese de que o «mundo se tornou mais injusto, menos democrático, mais inseguro e perigoso».
A diferença está em que nós, ao fazermos a avaliação da situação do País e do mundo, vamos mais fundo na definição do que está na origem destas injustiças e horrores.
«O carácter explorador, injusto e desumano do capitalismo é patente não apenas na sua incapacidade de resolver os problemas da Humanidade, mas na tendência manifesta para o seu agravamento, sobretudo onde pode manifestar-se mais livremente», afirma a Resolução Política aprovada no Congresso.
Chegados aqui, pegamos nas célebres palavras de Marx e afirmamos que sem a necessária ruptura com o capitalismo, sem a transformação do mundo, continuaremos a assistir, com maior ou menor regularidade a relatórios que continuarão a dizer que no século XXI, apesar dos avanços da ciência e da técnica, apesar das enormes e aviltantes concentrações de riqueza, apesar das imensas capacidades do ser humano, continuam a morrer crianças de fome.
Perante o relatório do PNUD, que assim acusa directamente o capitalismo, fica mais viva «a exigência histórica de fazer corresponder ao impetuoso desenvolvimento das forças produtivas novas relações de produção, de carácter socialista, capazes de libertar todo o potencial emancipador das extraordinárias aquisições do trabalho e do pensamento humano, colocá-las ao serviço da Humanidade e afastar definitivamente o espectro da miséria, da guerra e da própria destruição do planeta».
Recordo-me de Cuba socialista e dos imensos murais que por lá vi com a seguinte inscrição: «Por dia morrem milhares de crianças à fome. Nenhuma delas é cubana.»
Faz toda a diferença, não faz?
Mas quedemo-nos só nesse monstruoso número que nos diz que todos os dias cerca de trinta mil crianças sucumbem à fome.
Perante este dado, não pode deixar de ser positivo que haja instituições, e ainda por cima uma instituição tão prestigiada e credível quanto o PNUD, que no-lo revele e que ele seja repetido até à exaustão numa atitude militante que desperte as consciências para uma tão grave realidade.
Mesmo que se saiba que, apesar do melhor esforço que nele coloquem os que directamente o produzem, este e outros relatórios e avisos não são mais que válvulas de escape do sistema, que permitem discursos preocupados e caras compungidas, manifestações de intenção de dedicar mais atenção e recursos à matéria, vãs promessas de que «mantendo, com firmeza, o caminho traçado se atingirão os objectivos definidos lá para 2015».
Até porque, e vamos à outra face da moeda, o documento em si, as suas conclusões tão iguais, ano após ano, as receitas todos os anos reafirmadas, fazem do relatório do PNUD um incontestável libelo acusatório ao capitalismo.
O capitalismo, na sua actual fase imperialista, não só se revela incapaz de resolver os mais profundos e sérios problemas da humanidade, como aparece, com clareza, na sua natureza predadora, como principal responsável pela situação a que chegámos.
É que diz, também o relatório, dos 32 países com pior índice de desenvolvimento, 22 passaram por guerras desde a década de 90. Guerras promovidas para defender os interesses de expansão e de rapina do imperialismo nos mais diversos pontos do mundo.
Diz mais que seis países que sofreram retrocessos desde 1990 pertencem à Comunidade de Estados Independentes (CEI), que sucedeu à União Soviética. Desde 1990, o Tajiquistão caiu 21 lugares nas tabelas do IDH, a Ucrânia 17, e a Federação Russa 15. O Relatório demonstra que os principais factores para que tal se verifique são o declínio da esperança de vida, combinado com a ruptura económica após a queda da União Soviética.
E sublinha a essência injusta do sistema ao afirmar que as 500 pessoas mais ricas do mundo obtém um rendimento superior ao conseguido pelas 416 milhões de pessoas mais pobres.
O mundo está mais injusto
No XVII Congresso do PCP fizemos uma profunda avaliação sobre a situação mundial. Afirmámos a tese de que o «mundo se tornou mais injusto, menos democrático, mais inseguro e perigoso».
A diferença está em que nós, ao fazermos a avaliação da situação do País e do mundo, vamos mais fundo na definição do que está na origem destas injustiças e horrores.
«O carácter explorador, injusto e desumano do capitalismo é patente não apenas na sua incapacidade de resolver os problemas da Humanidade, mas na tendência manifesta para o seu agravamento, sobretudo onde pode manifestar-se mais livremente», afirma a Resolução Política aprovada no Congresso.
Chegados aqui, pegamos nas célebres palavras de Marx e afirmamos que sem a necessária ruptura com o capitalismo, sem a transformação do mundo, continuaremos a assistir, com maior ou menor regularidade a relatórios que continuarão a dizer que no século XXI, apesar dos avanços da ciência e da técnica, apesar das enormes e aviltantes concentrações de riqueza, apesar das imensas capacidades do ser humano, continuam a morrer crianças de fome.
Perante o relatório do PNUD, que assim acusa directamente o capitalismo, fica mais viva «a exigência histórica de fazer corresponder ao impetuoso desenvolvimento das forças produtivas novas relações de produção, de carácter socialista, capazes de libertar todo o potencial emancipador das extraordinárias aquisições do trabalho e do pensamento humano, colocá-las ao serviço da Humanidade e afastar definitivamente o espectro da miséria, da guerra e da própria destruição do planeta».
Recordo-me de Cuba socialista e dos imensos murais que por lá vi com a seguinte inscrição: «Por dia morrem milhares de crianças à fome. Nenhuma delas é cubana.»
Faz toda a diferença, não faz?