Apresentado o programa político e cultural
da Festa do Avante! de 2005

Uma Festa aberta ao mundo e à vida!

Em conferência de imprensa realizada no passado dia 21, os comunistas revelaram o essencial do programa político e cultural da Festa do Avante! de 2005. Para além dos artistas que passarão pelos principais palcos, foram realçados alguns dos temas políticos em destaque: a comemoração dos 60 anos sobre a vitória dos povos sobre o nazi-fascismo, as eleições autárquicas, o reforço do Partido e o combate à política do Governo do PS.

Acontecimento maior da história da Humanidade, a vitória sobre o nazi-fascismo terá o merecido relevo na Festa, com exposições, debates e um concerto de música clássica

Quando se fala da Festa do Avante! fala-se duma Festa «aberta ao mundo e à vida, que cada vez mais é tomada pela juventude, quer nos três dias de Festa quer na sua construção e idealização», afirmou, na conferência de imprensa de apresentação do Programa política e cultural da edição deste ano, Rui Fernandes, do Secretariado do Comité Central. Mas, destacou, «sendo uma iniciativa aberta ao mundo e à vida, a Quinta da Atalaia será também, e por essa mesma razão, o palco e o testemunho das lutas que se travam contra as ofensivas anti-sociais que o novo Governo do PS leva a cabo, desprezando e espezinhando a vontade de mudança traduzida nas últimas eleições legislativas e agravando ainda mais a situação social portuguesa». Para este dirigente do PCP, esta é uma Festa «que é do povo trabalhador» e isso esteve e está sempre vincado, em todas as edições.
Rui Fernandes, observando a dinâmica que esta a ser imprimida pelo colectivo partidário à sua preparação, confia que «podemos afirmar que a Festa do Avante! se imporá mais uma vez no panorama nacional como a maior iniciativa politico-cultural de massas do nosso País e, no plano internacional, como uma das mais importantes e consideradas iniciativas do género, reconhecida e elogiada por muitos comunistas e não comunistas». Este reconhecimento leva a que, por exemplo, e a cada ano que passa, «grupos de jovens e menos jovens de outros países se organizem para vir a Portugal com o objectivo único de visitar e participar na Festa do Avante!» . Também a nível nacional, famílias inteiras têm já na sua agenda o primeiro fim-de-semana de Setembro «reservado para ir à Festa», declarou o membro do Secretariado do Comité Central.
É este mesmo reconhecimento da grandeza e importância que leva a que dezenas de partidos comunistas e progressistas de todo o mundo «enviem todos os anos delegações à Festa do Avante!, transformando-a num importante ponto de reunião e encontro do movimento comunista e revolucionário internacional».
Para Rui Fernandes, falar da Festa do Avante! é falar de uma Festa que, sendo organizada e construída por comunistas e pelo seu Partido, inequivocamente identificada com o nome do órgão central do PCP, constitui um espaço de convívio, de reflexão, de reencontro, mas também de luta por um Portugal e um mundo diferentes.

Uma data maior na história da Humanidade

Para além das luta contra a política anti-popular do Governo do PS, muitas outras causas e batalhas dos comunistas – mas também de toda a Humanidade – estarão em grande destaque nesta edição da Festa do Avante! . A luta que há 60 anos resultou na Vitória sobre o nazi-fascismo com o fim da Segunda Guerra Mundial, «abrindo-se com esse feito de países e povos um importante período da história mundial marcado por grandes evoluções progressistas na Europa e no Mundo», vai ser um dos principais temas em destaque, com um conjunto de iniciativas – de vários géneros – a assinalarem esta data maior da História da Humanidade.
Salientou Rui Fernandes que os visitantes poderão, «através de duas exposições patentes do Pavilhão Central e no Espaço Internacional, e que se complementam entre si, conhecer melhor diversos aspectos históricos e políticos desse grande feito da Humanidade que foi a derrota do nazi-fascismo». Esta data será ainda assinalada com um espectáculo no Palco 25 de Abril – também ele com nome de Vitória e Liberdade – reunindo peças clássicas e canções populares relacionadas com a resistência ao nazi-fascismo, bem como com a Vitória assinalada com a capitulação alemã de 8 de Maio de 1945.
Num dos textos de apoio à conferência de imprensa, sobre este espectáculo, que se chamará Opus 1945, refere-se que em 1941, os responsáveis pelas emissões da BBC para a Bélgica ocupada pelas tropas nazis lançaram uma campanha de resistência passiva, onde se sugeria a pintura ou qualquer outra forma de manifestação da letra «V», de vitória. A ideia generalizou-se a outras línguas. Em código Morse, que na altura se generalizara bastante entre os movimentos de Resistência, o «V» corresponde a três pontos e um traço, precisamente as primeiras notas da Quinta Sinfonia de Beethoven. Prokofiev, Copland, Martinu e Shostakovitch compõem o restante alinhamento clássico, com peças de especial relevo no conflito mundial.

Temas em destaque

Ao mesmo tempo que a Festa evoca e transporta para os dias de hoje os grandes acontecimentos mundiais, prosseguiu Rui Fernandes, é ao mesmo tempo – e sobretudo – uma Festa ligada à realidade actual. Assim, duas das questões que marcaram e marcam a vida do PCP estão em destaque no Pavilhão Central, nomeadamente o Poder Local democrático (retratando e valorizando o projecto do PCP e da CDU) e o próprio Partido, pondo relevo no XVI Congresso do Partido, nas orientações aí aprovadas e na importância da sua implementação.
Para o dirigente do PCP, a Festa do Avante! tem «características únicas e uma dessas é a conciliação de um ambiente descontraído e de Festa com o debate, a reflexão e a afirmação políticas». Não estando ainda finalizado o programa dos debates que vão ocorrer nos três dias da Festa, o membro do Secretariado do Comité Central destacou os 60 anos da Vitória, a CDU nas autarquias, os direitos das mulheres em Portugal, a estratégia do imperialismo no Médio Oriente, a actual fase da chamada «constituição europeia». Mas, lembrou, política não é só debates. Pelo terreno da Festa, andarão brigadas de contacto conversando, esclarecendo e debatendo com os visitantes e, trazendo também mais e mais gente ao Partido. Rui Fernandes chamou ainda a atenção para o Desporto, a participação exemplar e destacada da JCP, bem como para os dois grandes momentos políticos da Festa: a abertura, às sete horas de sexta-feira, e o comício de encerramento, no final da tarde de domingo.
José Morais, Alexandre Araújo e Ruben de Carvalho falaram depois sobre aspectos particulares da Festa, como os espectáculos dos principais palcos (o 25 de Abril e o 1.º de Maio), o Avanteatro ou a Bienal de Artes Plásticas, que o Avante! tratou em números anteriores ou fará em próximas edições.


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