PT brasileiro sob investigação

Dois ex-dirigentes do Partido dos Trabalhadores (PT), o tesoureiro Delúbio Soares e o
secretário-geral Sílvio Pereira, principais suspeitos de participação num suposto esquema de corrupção, respondem esta semana perante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o escândalo político que abala o Brasil.
Segundo a Lusa, a CPI ouvirá também durante a semana, pela segunda vez, o publicitário Marcos Valério, proprietário de agências de publicidade que teriam sido usadas para movimentação ilegal de recursos.
Em entrevistas à Rede Globo de Televisão, no passado fim-de-semana, Marcos Valério e Delúbio Soares negaram a existência de um pagamento mensal de cerca de 30 mil
reais (10 700 mil euros) a deputados de vários partidos - o chamado «mensalão» - para garantir o apoio às propostas do governo. Ambos admitiram, no entanto, que os recursos
movimentados pelas agências de publicidade SMP&B e DNA, arrecadados através de vários empréstimos feitos junto a diversas instituições financeiras, faziam parte de um «saco azul» do Partido dos Trabalhadores (PT).
De acordo com Delúbio Soares, nos últimos dois anos o referido «saco azul» do PT terá movimentado cerca de 39 milhões de reais (14 milhões de euros), praticamente o dobro do total de recursos oficialmente declarado pelo PT - 43,9 milhões de reais (15,7 milhões de euros) - às autoridades eleitorais.
«Se o PT cometeu erros, o PT tem de explicar à sociedade brasileira que erros
cometeu», afirmou entretanto no domingo o presidente Lula da Silva, um dos fundadores do PT, sublinhando que o partido «tem na ética uma das suas marcas mais extraordinárias» e que não será «por causa do erro de um dirigente ou de outro», entretanto demitidos, «que se pode dizer que o PT está envolvido em corrupção».


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