Comissários soviéticos fundiram na tradição militar geral a ideologia do marxismo-leninismo

Exército Vermelho à janela do mundo

Manoel de Lencastre
O Exército Vermelho dos Operários e Camponeses (1918-1948), sucedeu ao exército regular cuja existência vinha dos tempos dos czares. Foi constituído, já em plena Guerra Civil, quando a Rússia (URSS a partir de Setembro de 1922) ainda se achava em estado de guerra com a Alemanha. Depois da paz de Brest-Litovsk e, até 1922, sustentou quatro anos de rudes batalhas nas frentes ucraniana, do Don, do Cáucaso e do Extremo-Oriente, defendendo a Revolução e o futuro contra as forças do passado que os exércitos «brancos» (Koltchak, Denikine, Vrangel), representavam.

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Há 60 anos<br>a Vitória!


«Hoje, no dia 8 do mês de Maio de 1945, acabou na Europa a Segunda Guerra Mundial. Até que enfim - zumbiu a meu lado a voz melíflua de um cavalheiro. Até que enfim, concordei eu, confuso de alegria, saltando do eléctrico para me embeber na multidão ruidosa com bandeiras nas mãos, nas tranças das garotas, nos gritos dos cortejos – Vitória! Vitória! – e nos paus de vassoura sem bandeira. Desceu finalmente o pano sobre esse pesadelo com bichos de aço, pilhas de mortos e cidades a arder, onde só faltava também cair a lua minada de explosivos para completar o peso da metralha. Desvaneceram-se as noites suadas de angústias, com as mãos fincadas nos aparelhos de rádio, quando o desespero dos momentos cruciantes acordava nos homens o dom de perceber todos os idiomas do planeta.»

O fascismo salazarista nas curvas da guerra

Nos anos 20 em toda a Europa vivia-se um período de grande crise social e política. Os grupos sociais e financeiros dominantes queriam reconstituir e reforçar o seu poder, abalado com a 1.ª Grande Guerra (1914-18). As camadas populares, com os trabalhadores na primeira linha, procuravam o reconhecimento dos seus direitos sociais e económicos, com um ânimo em grande parte estimulado pelo avanço desses direitos na Rússia, com a revolução soviética de 1917. E o anticomunismo foi a bandeira que as forças políticas mais reaccionárias ergueram para fundamento da sua expressão mais agressiva que então começava crescendo no mundo: o nazi-fascismo.

Do final da II Guerra<br>à crise da civilização

Em Berlim, frente às ruínas do edifício do Reichstag, contempladas de ambos lados da fronteira que durante mais de quatro décadas separou as duas Alemanhas, tive a oportunidade de meditar em anos diferentes sobre o caminhar da história. Naquele lugar simbólico senti sempre uma grande serenidade. Na primeira vez que me aproximei da Porta de Brandeburgo vindo da Unter den Linden numa noite de Primavera não me esforcei por imaginar o quadro trágico da grande cidade na jornada de Maio de 45, quando a bandeira soviética foi desfraldada sobre os escombros do antigo parlamento.

«Barba Ruiva» e as igrejas russas

No Tribunal de Nuremberga que julgou os principais criminosos de guerra nazis, foi lido um curto despacho da Chancelaria do III Reich com o seguinte texto: «Ficha Barba Ruiva. O Fuhrer decidiu o começo de "Barba Ruiva" para 22 de Junho de 1941». Quase simultaneamente, Hitler assinou o seguinte decreto: «Nomeio o Reichsleiter Alfred Rosenberg meu delegado para a resolução de todos os problemas relacionados com as regiões do centro da Europa. Vinte de Abril de 1941, Adolf Hitler.» Milhões de seres humanos foram, assim, condenados à morte e ao sofrimento.

Será que os capitalistas <br>aprendem com a História?

Após a fim da Segunda Guerra Mundial, a conferência de Brettton Woods (1944), entre as 44 potências vitoriosas sob a égide dos EUA, ditou uma «nova ordem» financeira internacional que superasse pela via financeira a profunda crise económica que antecedera essa Guerra. Essa conferência traduziu-se no Acordo de Bretton Woods, não subscrita pela URSS, que compreendeu a criação, com sede em Washington, do Banco Mundial (BIRD), do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT) – este em 1947.