Chineses desistem da compra

A falência da MG Rover

O último grande construtor automóvel britânico abriu formalmente o processo de falência na sexta-feira, dia 8, logo após do fracasso das negociações com a Shangai Automotive Industry Corporation.

A ruptura das negociações com a SAIC ameaça 18 mil empregos

O estabelecimento de uma parceria com o fabricante chinês era crucial para a viabilização da marca britânica. O governo trabalhista, procurando assegurar o negócio e evitar o despedimentos de milhares de trabalhadores, disponibilizou um financiamento 100 milhões de libras (146 milhões de euros), mas a oferta foi considerada insuficiente pelo construtor chinês, que exigia a garantia do saneamento financeiro da MG Rover durante um período mínimo de dois anos.
Face à ruptura das negociações, o gabinete de Tony Blair, que acabara de marcar eleições para 5 de Maio, anunciou a concessão de uma ajuda de emergência, de 6,5 milhões de livras (9 milhões de euros) para pagar salários e as facturas mais urgente da Rover, verba que apenas permitirá à empresa cumprir os seus compromissos durante uma semana.
A MG Rover e a sua fábrica de motores, Powertrain, registam prejuízos mensais na ordem dos 20 a 25 milhões de libras (29 a 36 milhões de euros). Sem dinheiro fresco, a falência será inevitável, bem como o desemprego para 6100 trabalhadores a que se juntam cerca 18 mil de empresas fornecedoras.
Na segunda-feira, dia 11, Blair insistiu que a manutenção da indústria «é absolutamente vital», mas logo se confrontou com a oposição do patrão dos patrões britânicos, Digby Jobes, que manifestou a sua hostilidade a um eventual plano de salvamento da Rover, afirmando que o papel do governo não é o de ajudar «os patos coxos».

Os Rover chineses

Entretanto, apesar de ter cancelado o investimento na Grã-Bretanha, o construtor chinês causou surpresa ao anunciar, na passada terça-feira, que irá fabricar modelos da marca Rover nas suas fábricas em Xangai.
Durante as negociações, que prolongaram por quatro meses, a Shangai Automotive (SAIC) comprou à companhia britânica os direitos da tecnologia de fabrico dos modelos Rover 75 e Rover 25, bem como os motores da série K, pagando 67 milhões de libras (cerca de 100 milhões de euros).
O único requisito que lhe falta para iniciar a produção é a autorização para usar a marca Rover, na posse da BMW, que já se mostrou disponível para chegar a acordo com a SAIC.
A Rover, cuja lançamento no mercado remonta a 1904, foi comprada pela BMW em 1994, depois de ter mantido uma parceria com a japonesa Honda. Os alemães da Baviera abandonaram a empresa em 2000, não sem antes se apoderarem de duas marcas de prestígio, a Mini e a secção de todo o terreno Range e Land Rover. O que restou foi entregue a um consórcio britânico que se revelou incapaz de viabilizar a empresa.
Actualmente, a MG Rover apenas representa três por cento do mercado britânico. Em Março vendeu cerca de 12.500 unidades ou seja menos 17 por cento do que no ano passado. Em 1999, o grupo vendeu 200 mil viaturas.


Mais artigos de: Europa

Alarme no têxtil

Segundo dados de Pequim, as exportações chinesas de têxteis evoluíram 28,7 por cento desde 1 de Janeiro, mas os industriais europeus estimam que a entrada na UE destes produtos tenha aumentado 46,5 por cento.

Batasuna apela ao voto no PCTV

O líder do Batasuna, Arnaldo Otegi, apelou aos eleitores que votem no Partido Comunista das Terras Bascas (PCTV) nas eleições regionais do próximo domingo, dia 17.Em conferência de imprensa, realizada na quinta-feira, dia 8, Otegi justificou o voto no PCTV como sendo «a única opção legal que existe em absoluta sintonia,...

Os «alquevas» da nossa memória

Não negando o carácter extraordinário do período de seca que se vive em Portugal, é, no entanto, necessário distinguir os problemas causados pela seca como factor climático característico do país (de forma isolada), dos problemas causados pela falta de soluções políticas concretas e estruturantes que os sucessivos...