Em defesa dos contratos colectivos

Luta nos hotéis e hospitais

As associações patronais dos hotéis e da hospitalização privada pretendem forçar a caducidade dos contratos. Os trabalhadores respondem com acções de protesto.

Estão em causa os direitos conquistados e o próprio princípio da negociação colectiva

Anteontem, tiveram lugar concentrações junto ao Hotel Ritz (apesar da intimidação policial) e à porta do Hospital da CUF. Para hoje, está convocada mais outra, no Hotel Marriot.
Até 14 de Abril, duas vezes por semana, dirigentes e activistas sindicais levarão o protesto dos trabalhadores a todas as unidades hoteleiras que têm lugar na direcção da Associação dos Hotéis de Portugal, explicou Rodolfo Caseiro, dirigente da Fesaht/CGTP-IN e do Sindicato da Hotelaria do Sul. Em declarações ao Avante!, recordou que, já em Janeiro, as estruturas sindicais tinham realizado uma concentração em Guimarães, frente a uma clínica cujo proprietário é dirigente da Associação Portuguesa da Hospitalização Privada. Também neste sector, poderão ocorrer outras acções, caso a posição patronal não se altere nos próximos dias.
Há três anos que a APHP recusa negociar os salários e a revisão do CCT, acusa a federação sindical, denunciando que em Janeiro, por força da luta dos trabalhadores», a direcção patronal comprometeu-se com os sindicatos a rever os salários e proceder à publicação oficial dos novos valores, mas acabou por «dar o dito por não dito, o que indicia claramente uma estratégia para a caducidade do contrato colectivo de trabalho e a destruição dos direitos» nele consignados.
Além de pôr em causa o direito à contratação colectiva, a APHP é ainda responsável por perdas salariais de 13,7 por cento, valor apurado pelo Fesaht a partir das taxas de inflação verificadas desde 2001.
À AHP, a proposta sindical de revisão do CCT dos hotéis do Centro e Sul foi apresentada em Outubro. Nos termos legais, a associação patronal tinha um mês para apresentar uma contra-proposta... mas até agora não o fez.
Para o ano em curso, a Federação dos Sindicatos da Alimentação, Hotelaria e Turismo reivindica aumentos salariais de cinco por cento, nunca inferiores a 25 euros por trabalhador.


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