Jogos sem futuro
Para a Comissão de Trabalhadores da Portugal Telecom, os grandes lucros anunciados pela empresa, as lutas internas, a venda da Lusomundo e a reestruturação na área de Redes contrariam o resultado das eleições legislativas.
A PT duplicou os lucros, que passaram os cem milhões de contos em 2004
Com a mudança política, deveria havia «melhoria das condições de vida e de trabalho» e um regresso a «uma cultura social, em detrimento da primazia da financeirização e do neoliberalismo». O que tem sucedido, contudo, denuncia a CT em comunicado, é «um jogo de bastidores, “tráfico” de influências e lutas internas pela Presidência da PT e pelo controlo do grupo». Ora, «estas guerrilhas não servem os interesses das empresas PT, nem o futuro de quem lá trabalha».
A CT nota que o principal accionista da PT, o BES, «já se encarregou de colocar um homem da sua confiança no Ministério da Economia do Governo Sócrates» – Manuel Pinho, futuro ministro, é administrador do banco – e «mandou os seus homens de mão na administração da PT aproximarem-se do PS, preparando a substituição do Dr. Miguel Horta e Costa, possivelmente pelo arquitecto das operações financeiras e responsável por mais de metade» das empresas do grupo.
A venda dos activos da Lusomundo, que a PT adquiriu em 2000 por mais de 600 milhões de euros e se prepara para vender por menos de metade desse valor, constitui «o segundo maior rombo financeiro nos negócios do grupo». Contando com «o beneplácito do BES e a mão do arquitecto financeiro da PT», esta operação apenas fica atrás da compra da brasileira ZIPnet, que teve também a marca de Zeinal Bava, custou 400 milhões de euros (80 milhões de contos) e «hoje vale uma ninharia» - protesta a CT.
A estrutura dos trabalhadores da PT detecta «pressões políticas» na venda da Lusomundo, um negócio que «parece apressado e opaco e serve para financiar a redução de mais de mil trabalhadores na PT Comunicações, remunerar os accionistas de acordo com a política de dividendos gizada por esta administração e entregar a comunicação social da PT aos “amigos”».
Quanto aos lucros de 2004, anunciados na semana passada (mais de 500 milhões de euros, que se seguem a cerca de 240 milhões em 2003), a CT alerta que «parte dos resultados foi conseguida através de um total desinvestimento em áreas nevrálgicas para o negócio, com repercussões muito negativas a médio prazo».
SOS Redes
A Comissão de Trabalhadores reivindica a suspensão imediata da reestruturação da área de Redes da PT Comunicações, reclamando esclarecimentos do presidente do conselho de administração sobre a situação social desta empresa. A CT, a propósito das alterações nesta estrutura, apresentadas na semana passada pelo CA, questiona se o objectivo central «não será passar todos os serviços para os empreiteiros, pondo em risco, a médio prazo, o futuro» dos trabalhadores.
A CT nota que o principal accionista da PT, o BES, «já se encarregou de colocar um homem da sua confiança no Ministério da Economia do Governo Sócrates» – Manuel Pinho, futuro ministro, é administrador do banco – e «mandou os seus homens de mão na administração da PT aproximarem-se do PS, preparando a substituição do Dr. Miguel Horta e Costa, possivelmente pelo arquitecto das operações financeiras e responsável por mais de metade» das empresas do grupo.
A venda dos activos da Lusomundo, que a PT adquiriu em 2000 por mais de 600 milhões de euros e se prepara para vender por menos de metade desse valor, constitui «o segundo maior rombo financeiro nos negócios do grupo». Contando com «o beneplácito do BES e a mão do arquitecto financeiro da PT», esta operação apenas fica atrás da compra da brasileira ZIPnet, que teve também a marca de Zeinal Bava, custou 400 milhões de euros (80 milhões de contos) e «hoje vale uma ninharia» - protesta a CT.
A estrutura dos trabalhadores da PT detecta «pressões políticas» na venda da Lusomundo, um negócio que «parece apressado e opaco e serve para financiar a redução de mais de mil trabalhadores na PT Comunicações, remunerar os accionistas de acordo com a política de dividendos gizada por esta administração e entregar a comunicação social da PT aos “amigos”».
Quanto aos lucros de 2004, anunciados na semana passada (mais de 500 milhões de euros, que se seguem a cerca de 240 milhões em 2003), a CT alerta que «parte dos resultados foi conseguida através de um total desinvestimento em áreas nevrálgicas para o negócio, com repercussões muito negativas a médio prazo».
SOS Redes
A Comissão de Trabalhadores reivindica a suspensão imediata da reestruturação da área de Redes da PT Comunicações, reclamando esclarecimentos do presidente do conselho de administração sobre a situação social desta empresa. A CT, a propósito das alterações nesta estrutura, apresentadas na semana passada pelo CA, questiona se o objectivo central «não será passar todos os serviços para os empreiteiros, pondo em risco, a médio prazo, o futuro» dos trabalhadores.