Envio de forças portuguesas para o Iraque

Um acto de subserviência

O Governo acha normal e bem o envio de forças portuguesas para o Iraque. Uma participação que é mesmo encarada por Durão Barroso como um desígnio que, se não for cumprido, retira ao país credibilidade e respeito.
Uma ideia, reiterada pelo chefe do Governo, violentamente criticada pelo secretário-geral do PCP, Carlos Carvalhas, que falava na qualidade de deputado, em debate parlamentar na passada semana. Criticas que foram, aliás, corroboradas pela bancada do Partido «Os Verdes» e pelo BE, unânimes na acusação ao Executivo de estar a violar o direito internacional e de «colaborar com a ocupação» do Iraque pelos Estados Unidos.
No debate mensal com o primeiro-ministro, na Assembleia da República, o líder comunista acusou mesmo o Governo de cometer um «acto de subserviência» perante os EUA ao decidir participar na força de estabilização e de estar a «colaborar com a ocupação» do Iraque.
Carlos Carvalhas sustentou que o «envio de forças portuguesas sem mandato da ONU não pode vir legitimar à posteriori uma guerra preventiva e de rapina» e será sempre um «acto ilegítimo», argumentando que a «violação do direito internacional» não pode ser vista como «uma questão teológica ou formal».
O líder comunista acusou ainda o Governo de querer associar Portugal ao que classificou de «acto vergonhoso de agressão e ocupação que levou ao Iraque a morte, os estropiados, a poluição da água, a penúria de alimentos e de medicamentos, as minas e numerosas bombas que não explodiram, a desorganização da vida e dos serviços públicos, as pilhagens e o desemprego crescente»
Não deixando passar em claro as questões nacionais, Carvalhas confrontou ainda Durão Barroso com o desemprego em flecha, o endividamento das famílias e a concentração da riqueza, perguntando se tais realidades nada têm a ver com a política do Governo.


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