«O regresso do preconceito»
O Congresso do PS não passou ao lado da intervenção de Jerónimo de Sousa no plenário do Barreiro. O dirigente do PCP teceu alguns omentários, «independentemente de uma avaliação posterior».
No Congresso do PS ouviram-se insultos e mentiras relativas ao PCP
Falando no final do plenário do Barreiro, Jerónimo de Sousa reservou algum tempo a comentar o Congresso do PS, realizado no fim de semana. O dirigente do PCP realçou desde logo o regresso a um certo «preconceito anticomunista». Esta é a forma que a direcção daquele partido encontrou para esconder, por detrás de um discurso inflamado, um «vazio de ideias e de políticas alternativas à direita», afirmou o membro da Comissão Política.
Lembrando que o PS revelou no congresso que pretende ser, sozinho, alternativa ao Governo de direita, Jerónimo de Sousa destacou que «se o PS viesse a constituir governo com a sua política actual, não estaríamos perante uma inversão da tendência nem de uma real alternativa à direita». Pelo contrário, seria a «continuação da mesma política».
Para Jerónimo de Sousa, vale como exemplo o facto de tanto no discurso como na moção do actual secretário-geral do PS não haver «uma única referência aos trabalhadores, às suas legítimas e mais fundas aspirações, aos seus interesses e direitos». Isto acrescenta validade e actualidade à tese sobre a alternativa, que assume o reforço do PCP como fundamental à construção dessa alternativa, destacou o dirigente comunista., afirmou Jerónimo de Sousa.
Mentiras e insultos
Para além de divergências, ouviu-se da tribuna do congresso do PS um conjunto de insultos e mentiras relativas ao PCP. Uma delas prendia-se com uma alegada preferência dos comunistas em aliar-se, nas autarquias, com a direita. «Mesmo com o risco de lembrar coisas sabidas», destacou Jerónimo de Sousa, é no PS que podem ser encontrados actos e opções que testemunham a sua prioridade em dar combate ao PCP e reduzir a sua influência política nas autarquias. Em seguida, o dirigente comunista recordou um conjunto de factos que comprovam a sua afirmação: «Foi o PS quem, em 1985, estabeleceu um conjunto de acordos com o PSD com vista à apresentação de candidaturas conjugadas» em cerca de 40 concelhos presididos pelo PCP. Mas já antes, em 1982, o PS havia recusado a proposta do PCP para o estabelecimento de um acordo extensível a todos os municípios dirigidos pelo PSD, e em que a soma dos votos da APU e do PS era superior aos da direita.
O dirigente do PCP recordou ainda a candidatura «independente» apresentada em Montemor-o-Novo, que na realidade correspondia a um acordo entre o PS e o PP, com objectivo principal a retirada da presidência à CDU e o acordo feito na Madeira com o PP para concorrer a oito municípios.
Jerónimo de Sousa acusou ainda o PS de ter assumido, nos últimos anos do seu governo, «uma declarada e abusiva utilização do aparelho de Estado para procurar discriminar as autarquias da CDU e sobre elas lançar as mais miseráveis campanhas». Mas disto não se falou em Guimarães, no conclave socialista…
Prosseguir a luta
Afirmando que o PCP prepara o seu congresso «ligado à vida e à luta», Jerónimo de Sousa lembrou que a situação política actual, «os perigos e ameaças que resultam da ofensiva do Governo de direita, colocam-nos redobradas exigências». Após reafirmar que este governo não é novo (antes «remodelado»), o dirigente do PCP lembrou que este «pratica, prossegue e tenta concretizar as traves mestras da política que vinha sendo seguida pelo executivo de Barroso/Portas». E faz isto «beneficiando dos sentimentos de frustração e desânimo generalizado resultantes da decisão do Presidente da República em não convocar eleições e dar posse ao Governo PSD/CDS-PP».
Para além de medidas gravosas para os trabalhadores e outros sectores e camadas sociais, como o aumento dos transportes, do material escolar, de serviços e bens essenciais, a desastrosa abertura do ano escolar, o Governo anuncia agora uma nova lei das rendas de casa. A ser aprovada, somaria à precariedade já existente no emprego e nos salários, a precariedade total na habitação, destacou Jerónimo de Sousa.
A ofensiva sobre os trabalhadores coloca cada vez mais – como aliás, as Teses referem – a luta de massas como «factor crucial para travar e se possível derrotar os objectivos da direita», afirmou o dirigente comunista. Esta luta tem uma nova fase no próximo dia 10 de Novembro, na acção nacional da CGTP. Esta acção de massas, lembrou Jerónimo de Sousa, realiza-se «num tempo já muito avançado dos trabalhos preparatórios do XVII Congresso», o que redobra a exigência da militância dos comunistas para contribuir na mobilização dos trabalhadores.
Lembrando que o PS revelou no congresso que pretende ser, sozinho, alternativa ao Governo de direita, Jerónimo de Sousa destacou que «se o PS viesse a constituir governo com a sua política actual, não estaríamos perante uma inversão da tendência nem de uma real alternativa à direita». Pelo contrário, seria a «continuação da mesma política».
Para Jerónimo de Sousa, vale como exemplo o facto de tanto no discurso como na moção do actual secretário-geral do PS não haver «uma única referência aos trabalhadores, às suas legítimas e mais fundas aspirações, aos seus interesses e direitos». Isto acrescenta validade e actualidade à tese sobre a alternativa, que assume o reforço do PCP como fundamental à construção dessa alternativa, destacou o dirigente comunista., afirmou Jerónimo de Sousa.
Mentiras e insultos
Para além de divergências, ouviu-se da tribuna do congresso do PS um conjunto de insultos e mentiras relativas ao PCP. Uma delas prendia-se com uma alegada preferência dos comunistas em aliar-se, nas autarquias, com a direita. «Mesmo com o risco de lembrar coisas sabidas», destacou Jerónimo de Sousa, é no PS que podem ser encontrados actos e opções que testemunham a sua prioridade em dar combate ao PCP e reduzir a sua influência política nas autarquias. Em seguida, o dirigente comunista recordou um conjunto de factos que comprovam a sua afirmação: «Foi o PS quem, em 1985, estabeleceu um conjunto de acordos com o PSD com vista à apresentação de candidaturas conjugadas» em cerca de 40 concelhos presididos pelo PCP. Mas já antes, em 1982, o PS havia recusado a proposta do PCP para o estabelecimento de um acordo extensível a todos os municípios dirigidos pelo PSD, e em que a soma dos votos da APU e do PS era superior aos da direita.
O dirigente do PCP recordou ainda a candidatura «independente» apresentada em Montemor-o-Novo, que na realidade correspondia a um acordo entre o PS e o PP, com objectivo principal a retirada da presidência à CDU e o acordo feito na Madeira com o PP para concorrer a oito municípios.
Jerónimo de Sousa acusou ainda o PS de ter assumido, nos últimos anos do seu governo, «uma declarada e abusiva utilização do aparelho de Estado para procurar discriminar as autarquias da CDU e sobre elas lançar as mais miseráveis campanhas». Mas disto não se falou em Guimarães, no conclave socialista…
Prosseguir a luta
Afirmando que o PCP prepara o seu congresso «ligado à vida e à luta», Jerónimo de Sousa lembrou que a situação política actual, «os perigos e ameaças que resultam da ofensiva do Governo de direita, colocam-nos redobradas exigências». Após reafirmar que este governo não é novo (antes «remodelado»), o dirigente do PCP lembrou que este «pratica, prossegue e tenta concretizar as traves mestras da política que vinha sendo seguida pelo executivo de Barroso/Portas». E faz isto «beneficiando dos sentimentos de frustração e desânimo generalizado resultantes da decisão do Presidente da República em não convocar eleições e dar posse ao Governo PSD/CDS-PP».
Para além de medidas gravosas para os trabalhadores e outros sectores e camadas sociais, como o aumento dos transportes, do material escolar, de serviços e bens essenciais, a desastrosa abertura do ano escolar, o Governo anuncia agora uma nova lei das rendas de casa. A ser aprovada, somaria à precariedade já existente no emprego e nos salários, a precariedade total na habitação, destacou Jerónimo de Sousa.
A ofensiva sobre os trabalhadores coloca cada vez mais – como aliás, as Teses referem – a luta de massas como «factor crucial para travar e se possível derrotar os objectivos da direita», afirmou o dirigente comunista. Esta luta tem uma nova fase no próximo dia 10 de Novembro, na acção nacional da CGTP. Esta acção de massas, lembrou Jerónimo de Sousa, realiza-se «num tempo já muito avançado dos trabalhos preparatórios do XVII Congresso», o que redobra a exigência da militância dos comunistas para contribuir na mobilização dos trabalhadores.