Morreu Sophia de Mello Breyner

Foi a sepultar no passado domingo, no cemitério de Carnide, o corpo da poetisa, escritora e ensaísta Sophia de Mello Breyner Andersen, que faleceu na sexta-feira da semana passada, aos 84 anos.
A obra de Sophia, iniciada com apenas 12 anos, contempla 37 títulos distribuídos pelos campos da poesia, literatura infantil, prosa, ensaio e teatro, neste último, com «O Colar» a ser levado à cena em 2002 pela companhia A Cornucópia.
Assumindo Luís de Camões e Antero de Quental como as suas primeiras fontes inspiradoras, a autora lançou-se na escrita com «Poesia», em 1944, seguindo na mesma área com «Coral» (1950), «No Tempo Divino» (1954), «Mar Novo» (1958), «O Nome das Coisas» (1977), «Musa» (1994) e «O Búzio de Cós» (1997).
Para além de algumas antologias da autora, a sua obra poética encontra-se reunida numa publicação de três volumes da Editorial Caminho.
Noutro campo, o da prosa, Sophia de Mello Breyner escreveu «Contos Exemplares» (1962) e «Histórias da Terra e do Mar» (1984), para além de livros infantis como «A Menina do Mar» (1958), «A Fada Oriana» (1958), «O Rapaz de Bronze» (1956), «A Floresta» (1958) e «O Cavaleiro da Dinamarca» (1964).
Combatente antifascista, foi membro do colectivo de fundadores da Comissão Nacional de Apoio aos Presos Políticos e, já depois da Revolução, deputada na Assembleia Constituinte de 1975 eleita pelo PS, partido que abandonaria quatro anos depois.
Ao longo de mais de meio século de carreira literária, Sophia foi agraciada com muitos prémios, entre os quais o Prémio Camões (1999); o Prémio 50 Anos de Vida Literária atribuído pela Associação Portuguesa de Escritores (1994); o Grande Prémio Calouste Gulbenkian para Crianças (1992); a Distinção de Honra do Movimento Democrático das Mulheres (2000); o Prémio Rainha Sofia de Espanha (2003).
Por ocasião do centenário do nascimento do poeta Pablo Neruda, no próximo dia 12, receberia a Medalha de Honra do presidente do Chile.


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