Maio grande e firme
Já seria assinalável o grande número de pessoas que, em Lisboa, como no Porto e em mais cerca de 60 localidades, esteve nas manifestações, nos desfiles, nos comícios e nas festas da CGTP-IN. Mas tem que se salientar igualmente a firmeza e a determinação trazidas para as ruas, no 1.º de Maio, por muitos daqueles que, no dia-a-dia, travam duras batalhas nas empresas e serviços, em condições agravadas por uma política que é violentamente desfavorável aos trabalhadores por conta de outrem.
Celebrando os 30 anos do 1.º de Maio festejado em liberdade, as comemorações do Dia do Trabalhador decorreram sob o lema «Pelo pão, pelo trabalho, pela paz – Novo Governo e nova política».
Acabaram por não se concretizar as previsões de aguaceiros. Acabaram por se confirmar as fortes razões de protesto e luta de muitos e muitos trabalhadores. Mesmo na madrugada de domingo, foi mandado encerrar o Bingo do Salgueiros, provocando assim o desemprego de mais oito dezenas de pessoas.
Com mais de meio milhão de desempregados no País, este foi um dos temas principais dos discursos e das palavras de ordem. Foi afirmada, pela Intersindical Nacional e por centenas de milhares de vozes em todo o País, a defesa dos direitos conquistados pelos trabalhadores e ameaçados com novo vigor pelo Código do Trabalho e pela sua Regulamentação. Foram denunciados os aumentos de preços e exigidos aumentos salariais justos. Os trabalhadores da Administração Pública gritaram bem alto, em defesa dos serviços públicos e contra a sua subordinação aos interesses do capital privado. Saúde e Segurança Social foram os exemplos mais apontados de entrada de privados em áreas que não devem ser tratadas como qualquer negócio.
Nas Avenidas Novas, em Lisboa, as palavras de ordem mais repetidas foram de condenação da política do Governo e reclamação da sua substituição, assim como as que afirmavam a unidade em torno da CGTP-IN e a determinação de lutar.
A Avenida da Igreja estava enfeitada pelos moradores com algumas faixas e panfletos, protestando contra os projectos municipais de arranque de árvores, para instalação de parques de estacionamento. A esta reclamação juntaram-se, à passagem por ali, muitos dos manifestantes. Expressavam também, desta forma, o protesto contra os obstáculos levantados pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa às próprias comemorações do 1.º de Maio.
Logo após saudar «esta enorme manifestação» e dar notícias de uma «grande participação» no resto do País, o secretário-geral da CGTP-IN denunciou, da tribuna do comício, na Cidade Universitária, o impedimento de Santana Lopes à realização das comemorações no local tradicional, a Alameda D. Afonso Henriques. Carvalho da Silva recordou que Santana Lopes começou por sugerir Monsanto, para a manifestação, e só à última hora mandou autorizar a Corrida do 1.º de Maio.
Quando sublinhou que «vale a pena lutar», o dirigente da Inter referiu os trabalhadores da Bombardier e da Carris, como exemplos de sacrifício e determinação. Ao longo do percurso, desde o Estádio 1.º de Maio, por várias vezes esta saudação tinha já vibrado nos aplausos de quem assistia ao desfile.
Um coro de milhares de vozes saudou a decisão de prosseguir a luta, avançada na resolução que a CGTP colocou à consideração dos manifestantes. Do 1.º de Maio, o movimento sindical unitário parte para a realização de tribunas públicas, em capitais de distrito, a começar já na próxima segunda-feira (em Viseu, sobre os problemas do ensino); para 19 de Maio, está convocada uma grande manifestação nacional dos trabalhadores da Administração Pública; a votação na AR do diploma sobre a Regulamentação do Código do Trabalho será acompanhada de uma vigorosa acção de protesto, junto ao Parlamento.
Honrando a afirmação de apoio popular à revolução, em 1974, o 1.º de Maio deixou agora uma clara declaração de força para continuar a defender os direitos conquistados e a lutar por outra política e outro Governo em Portugal.
Acabaram por não se concretizar as previsões de aguaceiros. Acabaram por se confirmar as fortes razões de protesto e luta de muitos e muitos trabalhadores. Mesmo na madrugada de domingo, foi mandado encerrar o Bingo do Salgueiros, provocando assim o desemprego de mais oito dezenas de pessoas.
Com mais de meio milhão de desempregados no País, este foi um dos temas principais dos discursos e das palavras de ordem. Foi afirmada, pela Intersindical Nacional e por centenas de milhares de vozes em todo o País, a defesa dos direitos conquistados pelos trabalhadores e ameaçados com novo vigor pelo Código do Trabalho e pela sua Regulamentação. Foram denunciados os aumentos de preços e exigidos aumentos salariais justos. Os trabalhadores da Administração Pública gritaram bem alto, em defesa dos serviços públicos e contra a sua subordinação aos interesses do capital privado. Saúde e Segurança Social foram os exemplos mais apontados de entrada de privados em áreas que não devem ser tratadas como qualquer negócio.
Nas Avenidas Novas, em Lisboa, as palavras de ordem mais repetidas foram de condenação da política do Governo e reclamação da sua substituição, assim como as que afirmavam a unidade em torno da CGTP-IN e a determinação de lutar.
A Avenida da Igreja estava enfeitada pelos moradores com algumas faixas e panfletos, protestando contra os projectos municipais de arranque de árvores, para instalação de parques de estacionamento. A esta reclamação juntaram-se, à passagem por ali, muitos dos manifestantes. Expressavam também, desta forma, o protesto contra os obstáculos levantados pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa às próprias comemorações do 1.º de Maio.
Logo após saudar «esta enorme manifestação» e dar notícias de uma «grande participação» no resto do País, o secretário-geral da CGTP-IN denunciou, da tribuna do comício, na Cidade Universitária, o impedimento de Santana Lopes à realização das comemorações no local tradicional, a Alameda D. Afonso Henriques. Carvalho da Silva recordou que Santana Lopes começou por sugerir Monsanto, para a manifestação, e só à última hora mandou autorizar a Corrida do 1.º de Maio.
Quando sublinhou que «vale a pena lutar», o dirigente da Inter referiu os trabalhadores da Bombardier e da Carris, como exemplos de sacrifício e determinação. Ao longo do percurso, desde o Estádio 1.º de Maio, por várias vezes esta saudação tinha já vibrado nos aplausos de quem assistia ao desfile.
Um coro de milhares de vozes saudou a decisão de prosseguir a luta, avançada na resolução que a CGTP colocou à consideração dos manifestantes. Do 1.º de Maio, o movimento sindical unitário parte para a realização de tribunas públicas, em capitais de distrito, a começar já na próxima segunda-feira (em Viseu, sobre os problemas do ensino); para 19 de Maio, está convocada uma grande manifestação nacional dos trabalhadores da Administração Pública; a votação na AR do diploma sobre a Regulamentação do Código do Trabalho será acompanhada de uma vigorosa acção de protesto, junto ao Parlamento.
Honrando a afirmação de apoio popular à revolução, em 1974, o 1.º de Maio deixou agora uma clara declaração de força para continuar a defender os direitos conquistados e a lutar por outra política e outro Governo em Portugal.