Melhores condições para o combate

Unidade reforçada

Os resultados das eleições para a CT da Carris e o reforço do Sindicato dos Ferroviários, no grupo CP, criam melhores condições para a resposta à ofensiva do Governo e dos seus administradores.

Onde os trabalhadores lutam, surgem resultados

Na Carris, apresentou-se uma lista única e unitária ao acto eleitoral de dia 3, para a Comissão de Trabalhadores, o que não sucedia há dois mandatos. Desde as últimas eleições (2002), o pessoal ao serviço da transportadora diminuiu substancialmente: menos 772 funcionários. A afluência às urnas foi menor (desceu de 44 para 33 por cento) e, em números absolutos, houve menos 682 trabalhadores a votar. A lista unitária, neste quadro, obteve menos apenas 220 votos, subindo de 72 para 98 por cento.
A célula do PCP na empresa, em comunicado que fez chegar à nossa redacção, considera «de grande alcance e importância» os resultados alcançados, que representam «uma vitória dos trabalhadores e da sua unidade e um sério contributo para a continuação da luta em defesa dos direitos e dos postos de trabalho e na defesa da Carris empresa pública».
Os resultados referidos no documento indicam que estavam inscritos 3121 empregados, votaram 1035 e 1011 apoiaram a Lista A, que se apresentou com o lema «Na unidade dos trabalhadores, defender a Carris pública, os postos de trabalho e os direitos».
«Dezenas de trabalhadores» decidiram «nos últimos dias» inscrever-se no SNTSF/CGTP-IN. A informação foi dada anteontem, em comunicado do sindicato do sector ferroviário, que renova o apelo à unidade e à «resistência permanente». «Não aceitaremos de ânimo leve a imposição da redução de salários e não podemos deixar de criticar aqueles que, logo na primeira reunião, sem lutarem, fizeram o frete ao Governo», declara o sindicato, a propósito da situação na Refer e na CP.

Pela luta

Valorizando a participação verificada na jornada nacional de dia 11 e citando o exemplo actual da Carris, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário frisa que «onde se luta, há valores diferentes» daqueles que a administração da Refer e a gerência da CP pretendem impor, e exige prosseguir a negociação. O SNTSF exigiu já à Refer que esclareça rumores sobre uma próxima discriminação, no acesso ao topo da carreira, dos associados das estruturas que não cederam. Protestou contra o facto de a EMEF só agora ter aceitado marcar, para amanhã, uma reunião de negociação, mas sem qualquer contraproposta da empresa às reivindicações do sindicato.
Por já estar provado que a administração da Soflusa «só age perante a mobilização dos trabalhadores», foi convocada para dia 23, terça-feira, uma paralisação entre as 14 e as 16.30 horas, em defesa dos direitos contratuais.
Anteontem, entretanto, a Festru/CGTP-IN informou que vão realizar-se plenários na Carris, na próxima quinta-feira, dia 25, para discutir a situação da empresa e o prosseguimento da luta.
A empresa deu unilateralmente por encerrado o processo de negociação do AE e reafirmou as orientações da chamada reestruturação. O Governo, por seu turno, anunciou a formação de uma comissão para preparar a transferência da gestão e do património da Carris para a CML, sem nela incluir representantes dos trabalhadores. Os sindicatos decidiram avançar com novo ciclo de greves, entre 31 de Março e 25 de Junho, prevendo paralisações do tráfego por períodos crescentes de 6 a 24 horas.


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