Coragem para recusar

Treze reservistas da unidade de elite do Estado Maior do Exército israelita, «Sayeret Matkal», subscreveram a semana passada a declaração do movimento de militares «Coragem para recusar», que por «objecção de consciência» rejeitam participar em operações nos territórios palestinianos ocupados.
A unidade de elite, a que pertenceram dirigentes políticos como os ex-primeiros-ministros Ehud Barak e Benjamin Netanyahu e o actual ministro da Defesa, Shaul Mofaz, não costuma participar nas operações normais levadas a cabo na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, pelo que a adesão dos reservistas ao movimento representa um gesto de solidariedade de inegável importância política. Recentemente, o movimento de reservistas recebeu igualmente o apoio de um grupo de 27 pilotos da Força Aérea, que manifestaram publicamente a sua recusa em prosseguir a política de assassinatos de dirigentes palestinianos.
Ainda na semana passada, cinco jovens de 18 anos - Hagai Matar, Shimri Zameret, Adam Maor, Noam Bahat e Matan Kaminer - foram condenados a penas de prisão por um Tribunal militar por se recusarem a alistar «num Exército ocupante».
Entretanto, numa entrevista publicada segunda-feira pelo jornal Haaretz, o ministro da Defesa israelita, Shaul Mofaz, ameaçou atacar o Irão para o impedir de desenvolver a sua «capacidade nuclear».
A ameaça traduz bem a arrogância de Israel, o único país no Médio Oriente que possui a bomba atómica. Israel também não assinou o Tratado de Não-Proliferação nem o seu protocolo adicional, ao contrário do Irão que o subscreveu a semana passada, aceitando assim a realização de inspecções internacionais à sua capacidade nuclear.


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