Enertel quer fechar

Mais de setenta trabalhadores da Enertel - Condutores Eléctricos, de Brejos de Azeitão, poderão ficar no desemprego no final do ano devido à «transferência» da empresa para Esposende, por alegada quebra nas margens de lucro.
A ameaça de encerramento destas instalações da Enertel, do grupo Quintas e Quintas, foi denunciado durante a última sessão pública da Câmara Municipal de Setúbal, na quarta-feira, dia 3, pelo delegado sindical da empresa e pela direcção do Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas – revelou a Agência Lusa.
José David, delegado sindical na Enertel, disse que a administração «ofereceu apenas o transporte de bens a todos os trabalhadores que queiram manter o vínculo à empresa e exercer a actividade em Esposende, mas ainda não pagou as indemnizações aos que recusaram a transferência». «As pessoas têm a sua vida organizada nesta região, onde compraram casa, e não podem mudar-se facilmente», salientou, assegurando que quase todos os trabalhadores recusaram ser transferidos.
«Escolheram uma transferência colectiva para obrigarem os trabalhadores a rescindirem os contratos de trabalho», corroborou Luís Leitão, da Direcção do SIESI, frisando que o que está em causa «não é uma transferência, mas sim uma deslocalização, uma vez que a alternativa oferecida aos trabalhadores está a cerca de 400 quilómetros de distância». Recordou ainda que a Enertel «recebeu um apoio financeiro do estado de 455 mil contos, em 1989, ao abrigo do SIBRE - Sistema de Incentivos de Base Regional».
José Cruz, administrador da Enertel, assegurou à agência que «todos os trabalhadores que recusaram a mudança para Esposende vão receber as indemnizações a que têm direito até ao final deste ano» e admitiu que só «dois ou três» funcionários aceitaram a transferência. Afirmou que «a decisão da empresa nada tem a ver com as questões imobiliárias», mas não excluiu a possibilidade de tentar vender o edifício da Enertel em Brejos de Azeitão.


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