Precariedade e desemprego crescem em Lisboa
São já mais de 100 mil os desempregados existentes no distrito de Lisboa, acusa a União dos Sindicatos de Lisboa, que denuncia também o aumento da precariedade.
O Governo tenta disfarçar a situação com frases de «esperança»
Este ano, o Verão não trouxe a diminuição do desemprego, afirma a União dos Sindicatos de Lisboa, que realizou a sua já tradicional conferência de imprensa de Verão no passado dia 8, que o Avante! noticiou na passada semana. Ao contrário do que vinha sucedendo nos últimos anos, em que se verificava um aumento do emprego nas actividades sazonais ligadas à hotelaria e à restauração, em Junho deste ano o desemprego chegou mesmo a aumentar. Segundo dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), o crescimento do desemprego no mês de Junho no distrito foi de 0,8 por cento face ao mês anterior, sendo já 91 364 os desempregados registados. Face ao mesmo período do ano anterior, o aumento é de 26,7 por cento.
Para a USL/CGTP, esta grave situação é ainda pior do que os números oficiais revelam, pois a contabilização do desemprego tem vários artifícios, como a não contabilização dos desempregados que se encontram em cursos de formação profissional. Somando tudo, afirma a USL, constata-se que o desemprego atinge, no distrito, mais de 100 mil trabalhadores.
A USL entende ser lógico pensar que o desemprego vai continuar a aumentar nos próximos meses. À falta da adopção de uma outra política, capaz de inverter a situação, somam-se os anúncios por parte das administrações de algumas grandes empresas apontando a redução do número de trabalhadores. «Utilizando métodos inadmissíveis de coacção psicológica e de desgaste permanente, algumas destas empresas apostam num clima de instabilidade social propício à concretização dos seus objectivos», acusa a União.
Quantidade e qualidade
A par do desemprego, cresce também o trabalho precário, acusa a USL. Na região de Lisboa e Vale do Tejo, denuncia, cerca de um quarto dos trabalhadores não tem um vínculo efectivo ou permanente. Os jovens são os principais alvos da precariedade, que atinge, na região, 58,3 por cento dos trabalhadores com menos de 25 anos. Este problema sente-se com particular incidência nesta região, já que no conjunto do País a percentagem de trabalhadores precários é de 21,8 por cento. Ao todo, lembra a USL, são 344 800 trabalhadores em situação precária, ou seja, 25,9 por cento dos trabalhadores por conta de outrem.
Mas para quem está a trabalhar, mesmo que com um vínculo permanente, a situação não é nada favorável, afirma a estrutura sindical. Os salários – cujo peso no PIB era, em 1975, de 52 por cento e em 2002 de apenas 36 – perdem poder de compra e a repartição da riqueza é cada vez mais injusta. «Esta é uma situação que contraria as sucessivas promessas de aproximação à média europeia», destaca a União.
O Governo PSD/PP persiste na «apresentação de cenários virtuais para tentar disfarçar os resultados da política neoliberal e omitir as responsabilidades que lhe cabem na degradação das condições de vida dos trabalhadores», afirma a USL, que considera que a «realidade não se compadece com discursos bolorentos e frases encomendadas a publicitários». Responsabilizando o Governo e o patronato pela situação que se vive no distrito e no País, a União dos Sindicatos de Lisboa entende que a confiança dos trabalhadores conquista-se não com a repetição de certos slogans mas através de «uma outra política que tenha o trabalho e os trabalhadores como epicentro do desenvolvimento económico e do bem-estar social».
Para a USL/CGTP, esta grave situação é ainda pior do que os números oficiais revelam, pois a contabilização do desemprego tem vários artifícios, como a não contabilização dos desempregados que se encontram em cursos de formação profissional. Somando tudo, afirma a USL, constata-se que o desemprego atinge, no distrito, mais de 100 mil trabalhadores.
A USL entende ser lógico pensar que o desemprego vai continuar a aumentar nos próximos meses. À falta da adopção de uma outra política, capaz de inverter a situação, somam-se os anúncios por parte das administrações de algumas grandes empresas apontando a redução do número de trabalhadores. «Utilizando métodos inadmissíveis de coacção psicológica e de desgaste permanente, algumas destas empresas apostam num clima de instabilidade social propício à concretização dos seus objectivos», acusa a União.
Quantidade e qualidade
A par do desemprego, cresce também o trabalho precário, acusa a USL. Na região de Lisboa e Vale do Tejo, denuncia, cerca de um quarto dos trabalhadores não tem um vínculo efectivo ou permanente. Os jovens são os principais alvos da precariedade, que atinge, na região, 58,3 por cento dos trabalhadores com menos de 25 anos. Este problema sente-se com particular incidência nesta região, já que no conjunto do País a percentagem de trabalhadores precários é de 21,8 por cento. Ao todo, lembra a USL, são 344 800 trabalhadores em situação precária, ou seja, 25,9 por cento dos trabalhadores por conta de outrem.
Mas para quem está a trabalhar, mesmo que com um vínculo permanente, a situação não é nada favorável, afirma a estrutura sindical. Os salários – cujo peso no PIB era, em 1975, de 52 por cento e em 2002 de apenas 36 – perdem poder de compra e a repartição da riqueza é cada vez mais injusta. «Esta é uma situação que contraria as sucessivas promessas de aproximação à média europeia», destaca a União.
O Governo PSD/PP persiste na «apresentação de cenários virtuais para tentar disfarçar os resultados da política neoliberal e omitir as responsabilidades que lhe cabem na degradação das condições de vida dos trabalhadores», afirma a USL, que considera que a «realidade não se compadece com discursos bolorentos e frases encomendadas a publicitários». Responsabilizando o Governo e o patronato pela situação que se vive no distrito e no País, a União dos Sindicatos de Lisboa entende que a confiança dos trabalhadores conquista-se não com a repetição de certos slogans mas através de «uma outra política que tenha o trabalho e os trabalhadores como epicentro do desenvolvimento económico e do bem-estar social».