Destruição em curso?
No mais recente número do boletim Em movimento, o sector dos transportes da ORL do PCP denuncia o processo de destruição da Carris enquanto empresa pública. Quem perde são os trabalhadores e os utentes, afirmam os comunistas. Para os trabalhadores, aliás, as consequências já se fazem sentir: à redução, já efectuada, de 300 trabalhadores, a administração pretende juntar mais 500 até final deste ano. Para além do posto de trabalho, são várias outras regalias que estão em risco, como o complemento de reforma. Para os utentes, avizinham-se maiores dificuldades de mobilidade, com a diminuição do número e regularidade das carreiras, alerta o PCP. Para os comunistas, o método de preparação da privatização não é novo, tendo inclusivamente sido usado para privatizar a Rodoviária Nacional. «Degradam progressivamente a qualidade do serviço, vão lançando campanhas junto dos utentes com afirmações de que uma vez concretizada a privatização o serviço mais melhorar» e criam assim um clima favorável à alienação da empresa, lê-se no boletim. Tal como no caso da RN, lembra, o património da empresa é também apetecível, podendo-se estar perante um «grande negócio imobiliário em potência» com os terrenos das actuais estações que venham a vagar.