JCP e pais contestam
A JCP e a Confederação Nacional de Associações de Pais discordam da escolha do movimento «Juntos pela Vida» para dar educação sexual, feita pelo Governo.
A Direcção Nacional da JCP contesta o protocolo recentemente estabelecido entre o Ministério da Educação e o movimento «Juntos pela Vida» para o desenvolvimento formal de acções de formação em Planeamento Familiar e Educação Sexual.
«Este é um movimento que sempre demonstrou uma visão retrógrada e conservadora nesta matéria, defendendo posições que em nada contribuem para a promoção do desenvolvimento pessoal e social dos jovens e para um entendimento da sexualidade saudável, esclarecida, sem tabus ou preconceitos», considera a JCP.
Os jovens comunistas contestam que, num Estado laico como o português, uma organização associada à Igreja católica seja escolhida pelo Governo para estabelecer os valores e princípios a difundir no sistema educativo público.
A JCP – que está a organizar uma campanha com o lema «Sexualidade sem Medos» até 8 de Março – compromete-se a intervir contra «esta política da desinformação e do preconceito».
Também a Confederação Nacional de Associações de Pais levantou dúvidas em relação a este protocolo. Numa carta enviada ao ministro da Educação, a organização pede esclarecimentos à tutela e estranha que os representantes dos pais não tenham sido abordados sobre a questão.
«Para além da desconhecida competência técnica, é público que o movimento em questão nasceu como resultado de diferentes movimentações político-partidárias-religiosas contra a despenalização do aborto», refere a confederação.