Uma gestão decrépita
O Partido Socialista, que há quase três décadas gere com maioria absoluta a Câmara Municipal de Vila do Conde, assumiu finalmente, em recente Assembleia Municipal, «a sua incapacidade para solucionar as mais básicas carências da população do concelho», afirma, por sua vez, a Comissão Concelhia de Vila do Conde do PCP, para quem as décadas de subinvestimento da gestão socialista fizeram com que metade do concelho, considerado por muitos como aprazível e mesmo modelar, continue a aguardar pelo saneamento e distribuição pública de água.
Em Vila do Conde, o poder socialista local «privilegiou o acessório em detrimento do fundamental», acusa o PCP, e «o aspecto desenvolvido e embelezado» da sede do concelho fez-se não em articulação com o desenvolvimento harmonioso do interior mas sobretudo à sua custa.
Incapacidade para constituírem alternativa ao PS, mostram também o PSD e o CDS/PP que, na maioria das Assembleias Municipais, por falta de propostas, ou se refugiam na abstenção ou votam favoravelmente as propostas do actual executivo. Foi essa, aliás, a sua postura na Assembleia Municipal onde se discutiu o Plano de Actividades e Orçamento para 2003 que, apesar de enfermar dos vícios do anterior e nada trazer de novo, mereceu a abstenção tanto do PSD como do PP, tendo sido a CDU a única força a denunciar a ausência de projecto válido e a votar contra esse documento.
Voto contra da CDU mereceu também a proposta do Executivo de concessionar a exploração e gestão dos sistemas de Abastecimento de Água para Consumo Público e de Recolha, Tratamento e Rejeição de Efluentes. Tal decisão é «uma claudicação ao mais puro e duro liberalismo» e faz prever «gritantes aumentos de custos», diz o PCP, para quem qualquer verdadeira alternativa «ao presente Executivo, desgastado e decrépito», passa obrigatoriamente pelo reforço da CDU.