JCP condena medidas na área da habitação e acusa
Governo lesa interesses juvenis
A Juventude Comunista Portuguesa acusou o Governo de «prejudicar claramente» os interesses da juventude portuguesa. Em causa está a anunciada intenção governamental de suprimir o prazo máximo de 30 anos para a concessão de crédito destinado à aquisição de casa própria.
Para a direcção da JCP, que tomou posição pública sobre o assunto em nota aos órgãos de comunicação social, o fim deste prazo provocará o «aumento do endividamento dos portugueses, tornando-os ainda mais vulneráveis aos interesses da banca».
«No limite, o endividamento será para toda a vida», alerta a JCP, para quem esta medida mais não é do que «uma cedência aos construtores, mediadores imobiliários e à própria banca» que, recorda, «já vinham exigindo o aumento do prazo até aos 40 anos como forma de contornar a baixa na compra de habitação, consequência do fim do crédito bonificado».
Encarando-a como uma forma de «tapar o sol com a peneira», esta medida, segundo os jovens comunistas, é simultaneamente o «reconhecimento claro de que o Governo», mesmo sabendo que o fim do crédito bonificado aos jovens veio criar-lhes graves problemas na aquisição de casa e na sua independência e autonomia, não hesita em prosseguir uma política altamente lesiva dos interesses juvenis.
Que já assumiu outras formas e se materializou em outros planos, como sejam, recorda a JCP, a aprovação de legislação que compromete o direito à educação pública, gratuita e de qualidade, ao emprego com direitos e à segurança social pública para todos.
Reiterado pela Comissão Política da Direcção Nacional da JCP é, por último, o seu propósito de continuar a assumir o seu papel de «dinamização da luta juvenil» que, em matéria de habitação, significa continuar a recolher o abaixo-assinado que circula desde Maio contra o fim do crédito bonificado, o qual conta já com largos milhares de assinaturas
«Avante!» Nº 1504 - 26.Setembro.2002