Jornal turco divulga provas

Turquia arma terroristas sírios

O diário Cumhu­riyet di­vulgou ima­gens que provam que An­cara tem sus­ten­tado os grupos ar­mados que pro­movem a guerra na Síria. O go­verno nega e o pre­si­dente e ex-pri­meiro-mi­nistro Recep Er­dogan ga­rante vin­gança.

A Tur­quia é pla­ta­forma gi­ra­tória no for­ne­ci­mento dos mer­ce­ná­rios

Na sua edição on­line de sexta-feira, 29 de Maio, o jornal turco pu­blicou fotos e gra­va­ções vídeo de buscas a veí­culos ale­ga­da­mente per­ten­centes aos ser­viços se­cretos da Tur­quia, re­a­li­zadas entre No­vembro de 2013 e Ja­neiro de 2014, perto da fron­teira com a Síria. Na busca, os ins­pec­tores e de­le­gados do Mi­nis­tério Pú­blico en­con­traram mi­lhares de mor­teiros, armas, mu­ni­ções para ar­ma­mento leve e pe­sado, bem como lança-gra­nadas es­con­didos sob caixas de an­ti­bió­ticos, as quais o exe­cu­tivo turco afirma serem parte da «ajuda hu­ma­ni­tária» des­ti­nada à co­mu­ni­dade tur­co­mena na Síria. A ver­dade é que a área da Síria para onde se di­ri­giam os ca­miões era, à época, con­tro­lada por um grupo jiha­dista.

Os factos não são re­centes nem estas são as únicas provas de que a Tur­quia, membro da NATO, actua si­mul­ta­ne­a­mente como for­ne­cedor e pla­ta­forma gi­ra­tória do for­ne­ci­mento dos mer­ce­ná­rios que operam na Síria, apoi­ados pelo im­pe­ri­a­lismo norte-ame­ri­cano e pelos seus es­tados vas­salos no Médio Ori­ente e na Eu­ropa.

As acu­sa­ções, porém, têm su­bido de tom desde o início deste mês, quando as au­to­ri­dades de An­cara de­ti­veram e acu­saram quatro ma­gis­trados que or­de­naram a in­ter­secção dos ca­miões, e aden­saram-se, du­rante o pas­sado fim-de-se­mana, com a di­vul­gação de su­postos do­cu­mentos ofi­ciais da in­te­li­gência turca que atestam a sus­ten­tação ma­te­rial dos ter­ro­ristas que, há mais de quatro anos, tentam der­rubar o go­verno li­de­rado por Ba­char al-Assad e ins­talar um ca­li­fado is­lâ­mico no país.

No total, ao longo das úl­timas se­manas, cerca de 30 res­pon­sá­veis de se­gu­rança en­vol­vidos na ope­ração an­ti­ter­ro­rista turca foram presos a pre­texto de es­pi­o­nagem mi­litar e ten­ta­tiva de der­rube do go­verno.

A cam­panha re­pres­siva pros­segue e após as re­ve­la­ções do Cumhu­riyet, um pro­cu­rador turco abriu uma in­ves­ti­gação cri­minal contra o pe­rió­dico, in­di­ci­ando-o por «ter­ro­rismo» e di­fusão de ima­gens «con­trá­rias à re­a­li­dade». A edição do jornal turco na In­ternet foi sus­pensa e o ac­tual pre­si­dente e pri­meiro-mi­nistro à data dos acon­te­ci­mentos, Recep Er­dogan, clas­si­ficou o diário como «traidor», ame­açou o autor do ar­tigo ga­ran­tindo que aquele «vai pagar um preço muito alto», e as­se­gurou que se em­pe­nhará pes­so­al­mente para que o chefe de re­dacção não «saia disto im­pu­ne­mente».

Resta saber se Er­dogan es­ten­derá a sanha pu­ni­tiva à agência Reu­ters, que já havia no­ti­ciado o caso em­bora sem apre­sentar as provas pu­bli­cadas pelo Cumhu­riyet.

 



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