92.º aniversário do PCP

Uma força viva, actuante e combativa

As comemorações do 92.º aniversário do PCP estão a revelar um colectivo coeso e mobilizado, preparado para os duros e decisivos combates que enfrentamos. Entre as múltiplas iniciativas realizadas no fim-de-semana destaca-se, pela sua dimensão e impacto, o comício na Maia e o almoço no Seixal, ambos com a participação de Jerónimo de Sousa. 

O PCP tem um percurso sem paralelo no País

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Num comício realizado no sábado, que encheu por completo o Fórum da Maia, a Organização Regional do Porto do PCP comemorou o 92.º aniversário do Partido. As largas centenas de pessoas presentes tiveram a oportunidade de ver um filme sobre a vida e obra de Álvaro Cunhal e assistir a um emocionante momento musical com a Orquestra Ligeira de S. Pedro da Cova e o Coro dirigido por Guilhermino Monteiro.

Depois da intervenção da JCP, Jaime Toga, da Comissão Política, lembrou que «ao longo dos últimos anos fomos dizendo que o País estava em crise, mas que essa crise era muito mais profunda na região. Hoje, com a intensificação da política de direita e com a aplicação do pacto de agressão, a situação económica e social degradou-se ainda mais».

Em seguida, o responsável pela Organização Regional do Porto denunciou – recorrendo a exemplos concretos – a forma como a política de direita tem prejudicado o distrito do Porto e o País: desde os 908 milhões de euros do QREN destinados à região Norte que ficaram por utilizar devido às opções políticas do Governo, ao Centro Materno Infantil do Porto que agora se encontra ameaçado pelo Governo, não faltaram exemplos do que de mal tem acontecido na região.

Como não faltaram também outros exemplos, que dão ânimo à luta e confiança na possibilidade de uma política alternativa – exemplos da unidade e combatividade dos trabalhadores. Perante o aplauso dos presentes, Jaime Toga mencionou a luta dos trabalhadores da STCP, da CP, da CP Carga, da Tracar, da EMEF e da REFER, que têm demonstrado uma grande unidade e força; a luta dos enfermeiros do distrito que cumpriram um dia de greve e realizaram uma manifestação à porta da ARS-Norte; dos trabalhadores das Águas de Gondomar que cumprem agora sete meses de greve à primeira meia hora do início do horário de trabalho e do reinício do trabalho após o almoço; dos trabalhadores do Bingo do Salgueiros que também estão há meses em luta pelos seus postos de trabalho; dos trabalhadores da SUCH e da Gertal, entre muitos, muitos outros.

Engrossar o protesto e a luta

O Secretário-geral do PCP, que interveio de seguida, retratou a «realidade brutal» do País que, garante, «não pode ser iludida por mais inventados sucessos que o Governo anuncie». Concluindo que «o País não aguenta mais», Jerónimo de Sousa reafirmou que urge pôr «um ponto final neste Governo e nesta política», rejeitando o pacto de agressão e não aplicando-lhe «medidas de cosmética», de que o pedido de uma «mini-renegociação envergonhada de uma pequena parte da dívida europeia», feito pelo Governo, é exemplo.

Como salientou Jerónimo de Sousa, as «medidas de adiamento de pagamento não se traduzem em qualquer alívio significativo», uma vez que o que penaliza o povo são as medidas já tomadas pelo Governo, a que querem agora juntar «um programa brutal de cortes de quatro mil milhões de euros nas funções sociais do Estado», diluindo-o no tempo. Trata-se de uma estratégia que passa pelo mesmo tipo de extorsão dos trabalhadores e do povo, mas que agora querem concretizar por fases, alertou.

Para o dirigente comunista, o que se prepara com a sétima avaliação da troika é a «continuação do caminho do desastre», a «continuação para lá de 2014 do pacto de agressão das troikas, sem a presença da troika estrangeira, e que se transformará em mais recessão, mais desemprego e em mais uma nova e brutal machadada na vida dos portugueses». Quanto ao PS, acusou Jerónimo de Sousa, manobra para dar «ares de oposição», sem nunca pôr em causa o essencial: o «pacto e as políticas que o suportam». Para o PS não é a política que conta, mas sim o «puro tacticismo eleitoralista a pensar no poder a todo o custo», garantiu o Secretário-geral comunista.

Descartando falsas alternativas, Jerónimo de Sousa reafirmou que «só a luta dos trabalhadores e do povo podem salvar o País». Uma luta que cresce e se alarga e «não vai parar até à derrota deste Governo. Os trabalhadores e o povo não vão descansar», pois todas as lutas «são importantes para reforçar a torrente de protesto e exigência de demissão do Governo e de uma nova política – patriótica e de esquerda».

«A todos dizemos» – afirmou Jerónimo de Sousa – «podem contar com o PCP, com a sua dedicação e entrega na defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores e do nosso povo». O dirigente do Partido apelou àqueles que têm engrossado a luta popular a que se juntem aos muitos milhares de comunistas que estão neste combate para fazer o País retomar a direcção do progresso e do caminho de Abril.



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