Resistir na Lisgráfica
O PCP apresentou na Assembleia da República um requerimento relativo à situação difícil por que passam os trabalhadores da Lisgráfica, no concelho de Oeiras. No documento, assinado pelos deputados Miguel Tiago e Rita Rato, lembra-se que a empresa se encontra actualmente perante um plano de revitalização, no decorrer do qual se têm sucedido «entraves para a concretização da recuperação da empresa».
O Partido denuncia ainda que ao mesmo tempo que 36 trabalhadores se encontram em situação de lay-off a empresa «contrata trabalhadores a termo em regime de trabalho temporário». O Estado, enquanto credor da Lisgráfica, ainda que minoritário, deverá tomar medidas que assegurem a sobrevivência da empresa e a manutenção dos postos de trabalho, defendem os deputados comunistas. Se a empresa tem sofrido perdas, tal não se deve nem aos trabalhadores nem à redução do volume de trabalho, que não se verificou na mesma proporção.
Num comunicado distribuído na empresa há cerca de um mês, o PCP denunciava que em todo o processo de recuperação da empresa tinham efectivamente sido os trabalhadores a «pagar a factura». Prova disso são os subsídios e as horas extraordinárias em atraso, a redução do subsídio de alimentação, o lay off e a não actualização dos salários. Tal opção da administração contra os trabalhadores que «sempre cumpriram com a sua parte» não é, para o PCP, tolerável. O Partido reafirmava então o seu empenhamento na luta pela viabilização da empresa, reafirmando a sua exigência de que o Governo actue junto dos credores (especialmente da banca, onde injectou milhões de euros) para assegurar o futuro da empresa.