Grande greve nos portos

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A greve de dia 14 deu «visibilidade nacional e internacional às justas aspirações dos trabalhadores portuários e marítimos» e criou «condições de pressão sobre o Governo, para uma efectiva negociação dos problemas» que estiveram na origem da luta – assinalou a Frente Comum Sindical Marítimo-Portuária, ao saudar «todos os profissionais portuários e marítimos, estivadores, pilotos de barra e portos, controladores de tráfego marítimo, que em unidade paralisaram totalmente os portos portugueses».

Na saudação divulgada dia 17, a Frente Comum, que integra oito sindicatos, um dos quais filiado na Fectrans/CGTP-IN, declarou que continuará «a privilegiar o diálogo social entre Governo e trabalhadores», embora «não refutando o possível endurecimento das formas de luta», caso não haja, «a curto prazo, evoluções positivas».

A federação da CGTP-IN, no dia da greve, saudou a determinação, unidade e luta dos trabalhadores deste sector, reclamando do Governo a alteração da sua posição e o início de um processo sério de negociação com a Frente Comum. A Fectrans admite que, em caso contrário, «teremos um conflito laboral de larga escala».

No dia 16, o Executivo da Direcção da Organização Regional de Setúbal do PCP saudou os trabalhadores, pela grande greve que levaram a cabo contra a modificação do regime jurídico do trabalho portuário. Desta forma, ergueram «uma forte barreira aos objectivos do Governo», que pretende «liquidar a legislação sectorial e assim reinstalar as antigas “casas do conto”, através do trabalho precarizado e sem direitos». A DORS acusa o Governo de mentir, quando alega que as alterações visam modernizar e dar mais competitividade aos portos portugueses, pois o que pretende é o aumento da exploração, a precariedade e a desregulação da actividade, para satisfazer os interesses do grande capital.

De amanhã até dia 31 estão marcadas greves parciais de estivadores.




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