Acção de luta, hoje, na Ponte 25 de Abril

«Buzinão» por mobilidade

A Co­missão de Utentes de Trans­portes da Margem Sul (CUTMS) vai re­a­lizar, hoje, quinta-feira, um «bu­sinão» na Ponte 25 de Abril, entre as 7.30 e as 10 horas, contra a «falta de mo­bi­li­dade».

Há um des­res­peito por parte do poder cen­tral

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Em con­fe­rência de im­prensa, Luísa Ramos, da CUTMS, re­cordou que os ha­bi­tantes da Margem Sul são alvo de «dis­cri­mi­nação ne­ga­tiva no âm­bito da mo­bi­li­dade» e que vão lutar contra o pa­ga­mento de por­ta­gens na Ponte 25 de Abril, contra a re­dução do nú­mero de car­reiras de au­to­carros entre as duas mar­gens e a favor da in­clusão do Metro Sul do Tejo e da Fer­tagus no passe so­cial in­ter­modal.

No ce­nário ac­tual, ex­plicou, «as car­reiras de au­to­carros que fazem a li­gação entre a Margem Sul e Lisboa foram dras­ti­ca­mente re­du­zidas e as pes­soas têm que es­co­lher entre ser pe­na­li­zadas com a por­tagem da ponte ou a uti­li­zação do com­boio, que não in­tegra a rede do passe so­cial in­ter­modal».

A co­missão de utentes con­si­dera que este quadro «não é apenas res­pon­sa­bi­li­dade das ope­ra­doras». «Há uma cum­pli­ci­dade, um des­res­peito por parte do poder cen­tral, que per­mite uma visão me­ra­mente lu­cra­tiva do di­reito à mo­bi­li­dade», adi­antou a, também, utente.

 

Des­con­ten­ta­mento por todo o País

 

Na sexta-feira ti­veram lugar, por todo o País, ou­tros «bu­si­nões» e mar­chas lentas, formas de luta que as po­pu­la­ções uti­li­zaram para de­mons­trar o seu des­con­ten­ta­mento contra a in­tro­dução de por­ta­gens nas SCUT. Em Viseu, a chuva in­tensa, o vento forte e o frio não foram su­fi­ci­entes para calar o pro­testo, que contou com mais de 20 ca­miões e cerca de uma cen­tena de carros, pa­ra­li­sando a cir­cu­lação ro­do­viária nas prin­ci­pais ruas da ci­dade. Este pro­testo dos utentes da A25 e da A24 es­tendeu-se es­pon­ta­ne­a­mente para a A25, con­di­ci­o­nando o trân­sito no sen­tido Viseu-Man­gualde.

Também na A23, o pro­testo, or­ga­ni­zado pela Co­missão de Utentes, juntou muitas cen­tenas de au­to­mo­bi­listas, numa acção que «en­tupiu» o per­curso entre a Co­vilhã e Cas­telo Branco. Na Guarda, re­gião de­pri­mida e sem qual­quer tipo de al­ter­na­tivas viá­rias, largas de­zenas de carros e ou­tros veí­culos mo­to­ri­zados ma­ni­fes­taram a sua in­dig­nação com um «bu­sinão». Na A28 não foi di­fe­rente, com a par­ti­ci­pação de muitas de­zenas de au­to­mi­bi­listas de Bar­celos e Es­po­sende, a que se jun­taram muitos po­pu­lares que as­sis­tiam à pas­sagem do des­file rui­doso.

Na Via do In­fante (A22), no Al­garve, o pro­testo, em forma de marcha lenta, con­di­ci­onou o trân­sito na EN-125. «Go­verno al­drabão», «EN-125 não é al­ter­na­tiva» ou «Por­ta­gens na A22 não obri­gado», era o que se podia ler em al­guns car­tazes en­ver­gados.

Para hoje, quinta-feira, no dia em que é dis­cu­tida a re­vo­gação do de­creto-lei que im­ple­menta as por­ta­gens nas SCUT, terá lugar, em Ma­to­si­nhos, às 18 horas, um «bu­sinão» na Ro­tunda dos Pro­dutos Es­trela, onde os utentes vão re­clamar que seja feita jus­tiça.

O Mo­vi­mento de Utentes dos Ser­viços Pú­blicos (MUSP) ma­ni­festou, en­tre­tanto, em nota de im­prensa, a sua so­li­da­ri­e­dade com as ac­ções que as muitas co­mis­sões de utentes re­a­li­zaram de Norte a Sul do País, e re­pu­diou a in­tenção do Go­verno de por­tajar as SCUT, «cujas con­sequên­cias ne­ga­tivas far-se-ão sentir não só ao nível dos uti­li­za­dores de tais vias como também ao nível das pró­prias eco­no­mias lo­cais e re­gi­o­nais, au­men­tando as di­fi­cul­dades de mo­bi­li­dade com in­fluência na de­gra­dação das as­si­me­trias e iso­la­mento de po­pu­la­ções».

 

Ma­ni­festo contra por­ta­gens

 

A Co­missão de Utentes Contra as Por­ta­gens na A25, A24 e A23 aprovou, na pas­sada se­mana, por una­ni­mi­dade, um «ma­ni­festo», onde acusa o Go­verno de en­ganar as po­pu­la­ções ao as­sumir po­si­ções, em cam­pa­nhas elei­to­rais e na As­sem­bleia da Re­pú­blica, contra a in­tro­dução de por­ta­gens na­quelas vias.

No do­cu­mento, os utentes sa­li­entam que «não existem al­ter­na­tivas» àquelas vias ro­do­viá­rias, «uma vez que a EN 16, a EN 2, a EN 18 e a EN 17 são ma­ni­fes­ta­mente de­sa­de­quadas como vias inter-re­gi­o­nais», en­con­trando-se «num per­ma­nente es­tado de de­gra­dação e, em boa parte do seu per­curso, são apenas ruas de di­versas lo­ca­li­dades». «É assim que o in­di­cador as­su­mido pelo Go­verno, se­gundo o qual o tempo de per­curso al­ter­na­tivo não pode ser su­pe­rior a 1,3 vezes o tempo de per­curso nas SCUT, é lar­ga­mente ul­tra­pas­sado no caso da A25, A24 e A23», re­ferem.

Por outro, acres­centam, «o poder de compra per ca­pita da mai­oria dos con­ce­lhos ser­vidos pela A25, A24 e A23 fica muito dis­tante da média na­ci­onal ou mesmo dos 90 por cento desse valor médio (um dos cri­té­rios fi­xados pelo Go­verno para avançar com as por­ta­gens) - fi­cando, na mai­oria dos casos, por me­tade do valor médio na­ci­onal e a um quinto da re­gião de Lisboa», se­gundo dados do Ins­ti­tuto Na­ci­onal de Es­ta­tís­ticas .


 

Lo­ca­li­zação

ge­o­grá­fica

Poder de compra

per ca­pita (%)

Por­tugal

* 100

Cin­fães

49,30

Re­sende

47,95

Ar­mamar

49,83

La­mego

77,64

Moi­menta da Beira

54,03

S. João da Pes­queira

55,05

Ta­rouca

59,06

Castro Daire

52,23

Oli­veira de Frades

71,71

Pe­nalva do Cas­telo

47,58

S. Pedro do Sul

56,30

Sátão

52,12

Vila Nova de Paiva

48,50

Vou­zela

53,62

Fornos de Al­go­dres

51,92

Ce­lo­rico da Beira

55,72

Fi­gueira de Cas­telo Ro­drigo

54,80

Pi­nhel

58,71

Tran­coso

57,32

Lisboa

235,74

* Base 100 - valor médio na­ci­onal

 




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