Uma escrita modelar, um romance inesperado e intemporal
De Avelino Cunhal conhecemos o pícaro mordaz, a agudeza metafórica dessa magnífica colectânea de contos que é Senalonga, livro que só por si mereceria atenta e demorada análise, não apenas pelo estilo satírico (herdado do Eça, de Camilo, de Aquilino) mas pelo novo que essa escrita imprime na desmontagem de uma realidade rural que era tudo menos plácida e ingénua, visão contrária, portanto, ao que o idealismo burguês de Júlio Dinis profusamente desenvolveu e difundiu. A mordacidade cósmica da escrita de Avelino Cunhal denuncia em Senalonga, com desarmante humor, os peralvilhos, os oportunistas e os demagogos de todos os quilates. O conto sobre a inauguração de um urinol público é paradigma dessa argúcia, desse derribado humor.
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