Fortes lutas em Itália Espanha, Bélgica e Grécia

Grande manifestação em Roma contra o aumento das despesas militares e a escalada armamentista na União Europeia. Em Espanha, em mais de 40 cidades, milhares de pessoas saíram às ruas em defesa do direito à habitação. Na Bélgica, greve geral contra as medidas de «austeridade» do governo de direita.

Desfile em Roma juntou 100 mil pessoas contra o aumento das despesas militares na União Europeia

Em Roma, cerca de 100 mil pessoas desfilaram pela cidade, no sábado, 5, em protesto contra os planos militaristas e armamentistas da UE. A convocatória da manifestação uniu diversas forças políticas e sociais e agregou resistentes antifascistas e alguns dos mais importantes sindicatos e movimentos estudantis de Itália.

O objectivo principal da iniciativa foi rejeitar o anunciado «rearmamento» da Itália e da UE, o que implica um incremento de gastos militares em oposição à resolução dos problemas e das dificuldades económicas que atingem milhares de famílias.

«Em 2025, milhões de cidadãos e empresas ver-se-ão sobrecarregados por um turbilhão de aumentos de preços sem precedentes», com «facturas altíssimas, salários insuficientes, um sistema de saúde colapsado», enquanto «o governo continua a destinar milhares de milhões de dólares para despesa militar», assinalaram os promotores da manifestação. «Não queremos um plano de rearmamento de 800 mil milhões de euros, queremos uma via para a paz que tenha a Europa como protagonista», afirmaram.

Espanha manifesta-se pelo direito à habitação

Em Espanha, no mesmo dia, milhares de pessoas saíram às ruas em mais de 40 cidades – incluindo Madrid e Barcelona – para defender o direito à habitação e protestar pela subida dos preços das rendas de casa. Os manifestantes exigem uma série de medidas que incluem a baixa generalizada das rendas de casa em 50% e o estabelecimento legal dos contratos de arrendamento sem prazos definidos, para que não seja necessário renová-los de cinco em cinco anos, como acontece até agora.

Estas reivindicações, apresentadas sob a palavra de ordem «Acabemos com o negócio da habitação», são apoiadas por numerosas organizações políticas, sindicais e civis, entre elas partidos de esquerda e as centrais sindicais.

Greve geral na Bélgica contra cortes nas pensões

A greve nacional na Bélgica, realizada no dia 31 de Março, para protestar contra medidas de «austeridade» do governo, provocou paralisações em grande parte do país. Foram cancelados voos nos aeroportos, houve atrasos nos transportes públicos, escolas e lojas comerciais funcionaram parcialmente.

Tanto o aeroporto de Bruxelas como o aeroporto de Charleroi, situado a sul da capital, cancelaram os voos programados para o dia da greve. O tráfego ferroviário foi reduzido, tendo circulado metade dos comboios previstos e houve zonas do país onde a paralisação foi total. O metro na capital e os autocarros interurbanos, assim como o transporte marítimo, também foram afectados. A greve atingiu ainda a administração pública, universidades e meios de comunicação.

Convocada pela Federação Geral do Trabalho da Bélgica (FGTB/ABVV) e pela Confederação dos Sindicatos Cristãos (CSC/ACV), a greve geral teve como objectivo denunciar os cortes orçamentais nas pensões, decididos pelo novo governo belga, uma coligação de direita.

Greve geral na Grécia

Ontem, dia 9, realizou-se uma greve geral na Grécia, promovida pela Confederação dos Sindicatos de Funcionários Públicos (ADEDY), pela Confederação Geral dos Trabalhadores Gregos (GSEE), dos sindicatos do sector privado e pela Frente Militante de Todos os Trabalhadores (PAME).

A greve geral segue-se à grande mobilização de 28 de Fevereiro, a maior mobilização das últimas décadas na Grécia, realizada sob o mote «os vossos lucros ou as nossas vidas», exigindo a punição dos responsáveis políticos pelo acidente ferroviário de Larissa – uma colisão frontal de comboios ocorrida na noite de 28 de fevereiro de 2023, perto de Tempe, na província de Larissa –, dada a política de desinvestimento na ferrovia grega, incluindo na manutenção da sua segurança, como em muitas outras áreas da vida económica e social do país.

A greve geral reinvindicou, entre outros importantes aspectos, aumentos salariais, acordos colectivos, a prestação pública e gratuita dos serviços de saúde e de educação, a solidariedade com aqueles que enfrentam maiores dificuldades.

 



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