PELA SOBERANIA NACIONAL, PELO PROGRESSO SOCIAL E A PAZ

A decisão da Administração Trump de impor uma subida agravada das tarifas aduaneiras constitui uma acção sem precedentes de coerção económica sobre o resto do mundo, que, no caso de Portugal, ameaça agravar a situação económica e social do País, com possibilidades de empolamentos e aproveitamentos que poderão vir a reflectir-se no aprofundamento da exploração e no aumento do custo de vida.

Confirma-se, assim, uma vez mais, que a política de direita, a política de sucessivos governos do PS e PSD-CDS de submissão às imposições do EUA e da UE, de desvalorização da capacidade produtiva e dependência externa, não só aumenta a vulnerabilidade do País, como é incapaz de responder a situações como esta.

Ora, o que se impõe é defender os interesses nacionais perante a imposição das tarifas e a agenda imperialista e reaccionária dos EUA.

Mas não é este o sentido da acção do Governo que, em vez de assumir a defesa desses interesses e o desenvolvimento soberano do País, ao mesmo tempo que a situação económica e social se agrava, prossegue uma intensa acção de propaganda, de que foi exemplo, na semana passada, a operação no Mercado do Bolhão que foi, na prática, uma acção de campanha eleitoral, com mobilização partidária.

Por seu lado, o PS divulgou o seu programa eleitoral, em que mantém os compromissos fundamentais com os grupos económicos e de submissão às imposições da UE. Em simultâneo, assiste-se à projecção mediática de outras forças políticas, enquanto a CDU é silenciada e a sua mensagem é deturpada.

Realizou-se no sábado passado em Lisboa, Porto e Coimbra a grande jornada de luta convocada pela CGTP-IN com a participação de milhares e milhares de trabalhadores, com reivindicações concretas no domínio dos salários e das pensões, dos serviços públicos e funções sociais do Estado, da saúde, da habitação, da segurança social e da educação.

Uma importante acção de luta a confirmar, mais uma vez, que, antes, durante e depois das eleições, a luta será sempre factor decisivo e de que é preciso dinamizar a acção reivindicativa nas empresas, sectores e locais de trabalho e, por esta via, intensificar a preparação da grande jornada do 1.º de Maio.

Do mesmo modo, a 15 dias da sua realização, impõe-se dinamizar a mobilização para as comemorações populares do 51.º aniversário do 25 de Abril, em todo o País.

Impõe-se igualmente desenvolver a luta pela paz e a acção de solidariedade com o povo palestiniano, por uma Palestina livre e independente.

Foi também neste quadro que se realizaram importantes iniciativas da CDU, articulando eleições legislativas e autárquicas numa mesma batalha política – entrega de listas às eleições legislativas, divulgação, hoje mesmo, do compromisso eleitoral do PCP às eleições para a AR, preparação de listas às eleições autárquicas, apresentação de candidatos às eleições legislativas e autárquicas – multiplicando acções de agitação e de contacto directo com a população, esclarecendo e mobilizando o apoio à Coligação PCP-PEV.

O PCP prosseguiu a sua intervenção, com diversas iniciativas, de que se destacou a sessão evocativa na Casa do Alentejo, do centésimo aniversário do destacado dirigente do Partido, Octávio Pato; continua a dinamizar iniciativas diversas em torno das comemorações do seu 104.º aniversário; prossegue a acção nacional «Aumentar salários e pensões, por uma vida melhor»; estimula a luta de massas; dinamiza a acção visando o seu reforço; toma posição sobre os mais diversos problemas nacionais e internacionais e empreende, a partir de hoje, a acção de divulgação da Festa do Avante!.

Uma intensa acção que afirma o Partido como força de iniciativa, coragem e confiança que, articulada com a luta dos trabalhadores e do povo, é determinante para resolver os problemas que afectam a sua vida. Resolução que não será possível sem a ruptura com a política de direita – que tem no PSD, no CDS, no Chega e IL os protagonistas de turno e conta com o PS no apoio àquelas que são as suas opções essenciais na promoção dos interesses dos grupos económicos – responsável pelos problemas estruturais do País. Problemas estruturais que só uma outra política, patriótica e de esquerda, centrada na valorização do trabalho e dos trabalhadores – que aumente os salários e as pensões, defenda os serviços públicos, crie condições para o acesso à habitação, à creche e pré-escolar gratuitos, à escola pública e à segurança social, que ponha fim ao desmantelamento do SNS e garanta o direito à saúde, trave as privatizações e combata a corrupção, defenda e promova a produção nacional, afirme a soberania nacional, defenda a paz, o regime democrático e a Constituição da República Portuguesa – tem condições para superar.

Política alternativa patriótica e de esquerda, ao serviço das aspirações e dos direitos dos trabalhadores e do povo, com um programa de desenvolvimento económico e social e uma inequívoca opção pelo combate à submissão externa e pela defesa da soberania nacional, de que a CDU é portadora.