Mantém-se e agrava-se a situação económica e social do País – elevado custo de vida, desvalorização dos salários e pensões, aumento exponencial dos lucros dos grupos económicos, alastramento das desigualdades sociais, ataque aos serviços públicos, desmantelamento do SNS – de que a política de direita e a acção do Governo PSD/CDS (que, agora em gestão, mantém o rumo destrutivo que vinha prosseguindo), com o apoio da IL e do Chega e, nas questões essenciais, com a cumplicidade e apoio do PS.

Entretanto, a agenda mediática está cada vez mais marcada pelo ambiente pré-eleitoral, que, a mês e meio das eleições legislativas, já se está a viver, com o Governo a desenvolver uma vigorosa operação de propaganda que os principais órgãos da comunicação social ampliam. Ao mesmo tempo, tudo fazem para afastar o debate político da verdadeira situação económica e social do País, dos problemas concretos com que a maioria dos portugueses estão confrontados, das suas causas e dos verdadeiros responsáveis políticos pela situação a que se chegou.

Face a esta situação, coloca-se ainda com maior acuidade e urgência a necessidade de centrar o debate nos problemas concretos que o povo vive e nas soluções que o PCP e a CDU apresentam para lhes dar resposta. Esta resposta passa necessariamente por inverter o rumo que a política de direita e de submissão à União Europeia nos vem impondo, em confronto com a Constituição da República Portuguesa e à revelia dos valores de Abril.

Ora, é este debate que a CDU tudo fará para promover, consciente que a superação da situação que vivemos exige um verdadeiro sobressalto, uma ruptura com a política que pelas mãos do PSD/CDS (com o apoio do Chega e da IL) e do PS nos trouxe até aqui e a abertura do caminho a uma política alternativa, patriótica e de esquerda. Uma política que assegure o aumento dos salários e das pensões, o direito à habitação, a defesa dos serviços públicos, nomeadamente do SNS, o direito à creche e pré-escolar gratuitos para todas as crianças, numa rede pública, à defesa da produção nacional, do regime democrático consagrado na Constituição e da paz.

É no sentido da resposta aos problemas que a CDU conclui esta semana a apresentação das suas listas aos 22 círculos eleitorais e se prepara para as eleições legislativas com um intenso trabalho de contactos e mobilização para o apoio à Coligação PCP-PEV, que envolve os membros do PCP, da ID e do PEV, mas que envolve também milhares de activistas, de democratas e patriotas, de cidadãos sem filiação partidária que reconhecem na CDU a Coligação que é preciso reforçar para garantir um Portugal com futuro.

Uma acção que se reflecte também na preparação das eleições autárquicas, na constituição das candidaturas da CDU para concretizar o seu projecto distintivo de Trabalho, Honestidade e Competência ao serviço das populações e do País.

Entretanto, o PCP desenvolve a sua intervenção dando continuidade à acção nacional «aumentar salários e pensões, por uma vida melhor»; promove um grande número de iniciativas em torno das comemorações do seu 104.º aniversário, que tem contado com milhares de participantes em todo o País; realizou no Porto a inauguração do painel de azulejos associado às comemorações do 50.º aniversário do 25 de Abril; promove o seu reforço em que se inclui a realização da Assembleia da Organização Regional de Braga do PCP, no sábado passado.

No mesmo sentido, o Partido estimula a luta de massas pela resolução dos problemas concretos dos trabalhadores e das populações. Luta que contou a semana passada com as manifestações dos estudantes do Ensino Superior (promovida por diversas estruturas do movimento associativo estudantil) e da juventude trabalhadora (promovida pela Interjovem/CGTP-IN), duas grandes e combativas acções pela resolução dos problemas que afectam a vida dos jovens e exigem respostas e soluções urgentes.

Do mesmo modo, no momento em que Israel lança brutais ataques contra o povo palestiniano, foram de grande importância as acções de solidariedade desenvolvidas no domingo passado, em Lisboa e no Porto, por uma Palestina livre e pela paz no Médio Oriente.

Importa, pois, prosseguir a luta e garantir uma forte participação nas manifestações que a CGTP-IN promove em Lisboa, Porto e Coimbra, no próximo sábado, sob o mote: «mais salários e melhores pensões. Defender os serviços públicos e as funções sociais do Estado. Segurança Social, saúde, educação, habitação».

Assim como importa também prosseguir e intensificar a preparação das comemorações populares do 51.º aniversário do 25 de Abril e, a partir da acção reivindicativa nas empresas e locais de trabalho, a jornada do 1.º de Maio.

Está nas mãos dos trabalhadores e do povo, de cada um que tem direito e aspira a uma vida melhor, aproveitar a oportunidade das eleições para, dando mais força à CDU, alcançar a política alternativa de que o País precisa. Um caminho que exige, igualmente, o reforço da acção e da luta, a ampliação da convergência de democratas e patriotas e de afirmação do PCP como força indispensável. Um caminho no sentido de Abril, que é urgente trilhar.