- Nº 2678 (2025/03/27)

Aniversário do Partido no Seixal junta 700 pessoas em defesa da paz

PCP

Cerca de 700 pessoas participaram, domingo, em Corroios, Seixal, num almoço comemorativa do 104.º aniversário do PCP. Paulo Raimundo apelou à defesa da paz, da solidariedade e da cooperação entre os povos.


«Contigo todos os dias. Direitos, salários, pensões, saúde, habitação» e «Pela paz e solidariedade com todos os povos» eram mensagens fortes que os participantes – muitos jovens – podiam ler no Pavilhão Multiusos da Quinta da Marialva. Ali viveu-se, uma vez mais, um ambiente de plena camaradagem, com encontros e reencontro de outras lutas pela construção de um futuro mais justo e igualitário. Nas mesas estavam cravos rubros, envergados com orgulho, para afirmar, bem alto, «25 de Abril sempre, fascismo nunca mais», o que ali faz ainda mais sentido.

A entrada do Secretário-Geral do PCP foi notada pela gigante ovação e salva de palmas que ecoou no espaço. Seguiu-se um «belo almoço», preparado, confeccionado e servido, com muito orgulho, pelos camaradas do concelho, como foi valorizado por Paulo Raimundo, na intervenção que encerrou a iniciativa. O momento contou ainda com as palavras de Catarina Menor, da Direcção Nacional da JCP, de Paulo Silva, presidente da Câmara Municipal do Seixal, e de Paula Santos, da Comissão Política e líder parlamentar do PCP. No palco estiveram membros de todas as organizações de freguesia do concelho do Seixal, da Comissão Concelhia e dos organismos executivos do Comité Central.

«Tempos sombrios»
Depois de recordar o papel fundamental do Partido na luta contra o fascismo e no criar de condições que possibilitaram o 25 de Abril, um dos mais altos momentos da história do País, Paulo Raimundo destacou a importância da realização do XXII Congresso do PCP, que se realizou nos dias 13, 14 e 15 de Dezembro de 2024, no concelho vizinho de Almada, sob o lema «Força de Abril. Tomar a iniciativa, com os trabalhadores e o povo. Democracia e socialismo», que foi «um sinal de esperança para enfrentar os tempos sombrios que o mundo atravessa».

Denunciou «toda a desumanidade» dos «crimes de Israel sobre a população palestiniana» com «as armas dos EUA». O apelo soltou a palavra de ordem «Palestina vencerá», tantas vezes gritadas em inúmeras acções, em todo o País e no mundo.

«É preciso pôr fim à matança em curso», reforçou, chamando de «criminosos» tanto aqueles que cometem os crimes, como os que são cúmplices desses mesmos crimes. «Os hipócritas da União Europeia, mas também o Governo português, têm as mãos manchadas do sangue da Palestina», acusou, reclamando «acções fortes que ponham fim à barbárie que está em curso», até porque «os povos não precisam da corrida aos armamentos, da guerra e da confrontação», mas «de paz. É esta a grande urgência.»

Confronto com a República Popular da China
O Secretário-Geral do PCP falou também sobre o «posicionamento táctico do imperialismo norte-americano relativamente» à Ucrânia, que «não tem nada a ver com paz». «O que há, isso sim, é manter a todo o custo os interesses dos EUA e recentrar toda a sua força, o seu confronto, com a República Popular da China», esclareceu, avisando: «Trump não é um acidente do sistema», antes «um valioso e perigoso instrumento de um capitalismo que não hesita em recorrer à guerra e ao fascismo», que apelidou de «bestas e monstros». «É particularmente triste e preocupante ver as potências imperialistas europeias a insistirem até ao limite no prolongamento da guerra», apontou, lamentando o facto de nunca haver «dinheiro para a saúde, a educação, as pensões, os salários, combater a pobreza», mas sempre existirem «meios e recursos para o armamento e para a guerra». «É preciso, tal como o PCP tem dito desde a primeira hora, acabar com esta loucura», frisou Paulo Raimundo.

Agravamento dos problemas nacionais
Sobre o governo PSD/CDS, disse que «mais não foi do que uma comissão gestora dos interesses dos grupos económicos», que sempre contou com o apoio decisivo do Chega, da Iniciativa Liberal e do PS. «São todos responsáveis pelo agravar dos problemas» de «quem trabalha e trabalhou uma vida inteira» e «o País não aguenta mais a promiscuidade entre o poder político e o poder económico», com «toda a corrupção» que lhe está associada, acusou o dirigente comunista, referindo-se aos dois milhões de pessoas «empurradas para a pobreza», ao «assalto» à Segurança Social, ao «desmantelar do Serviço Nacional de Saúde», aos «ataques» aos direitos laborais.

Relativamente à «entrega» dos recursos públicos aos grupos económicos, Paulo Raimundo deu a conhecer que o governo decidiu privatizar, na 25.ª hora, a Silopor, uma empresa estratégica para o País, com um papel muito importante na regulação do preço da armazenagem do cereal (58 por cento do total nacional), relevante nos preços dos produtos alimentares. «O assalto é tão grande e tão descarado» que o executivo PSD/CDS «decidiu perdoar 157 milhões de euros de divida» à empresa que gere a Silopor, transferindo riqueza do Estado para o sector privado.

Resolver os problemas da maioria
Também por isso, o Secretário-Geral do PCP pediu mais votos e deputados da CDU nas eleições legislativas de 18 de Maio, que é «a única solução que está colocada para resolver os problemas da maioria». «Seja qual for o cenário pós-eleitoral, é na CDU, é nos seus votos, nos seus mandatos, que estará, como acontece hoje, a força determinada de combate e de construção, de denúncia e de soluções, a força de convergência e de esperança», afiançou. Para hoje está prevista a apresentação dos primeiros candidatos da CDU aos 22 círculos eleitorais e no dia 8 de Abril é apresentado o compromisso eleitoral.