Milhares de estudantes, de todo o País, saíram à rua em Lisboa para assinalar em luta o Dia Nacional do Estudante, dia 24 de Março. Entre as várias exigências afirmadas na manifestação, o clamor pelo fim das propinas foi o mais ouvido.
Para lá da questão da propina – cujo fim os estudantes exigiram de forma inequívoca – os problemas estruturais no ES avolumam-se. Referiu-se Guilherme Vaz à insuficiência do alojamento estudantil público, à falta de bolsas, à insuficiência dos gabinetes de apoio psicológico, à subida do valor da refeição social, entre outros. A estes, juntam-se ainda os problemas concretos de cada instituição, trazidos pelos estudantes e patentes nas tarjas, faixas e cartazes empunhados ao longo de todo o percurso, entre o Rossio e a Assembleia da República.
Resposta para o Ensino e para a vida
No final, em frente ao Palácio de São Bento, intervieram Carlos Magalhães, presidente da Associação Académica de Coimbra (AAC) e Guilherme Vaz. Mesmo antes, já a Secção de Fados da AAC, chamados a palco por Violeta Gregório, presidente da AE da ESAD.CR, tinha apresentado um breve momento musical.
«O problema que enfrentamos não é apenas estudantil, é estrutural (…). O que queremos é simples: estabilidade para estudar, segurança para construir o nosso futuro e um país que não veja nos seus jovens uma mão-de-obra descartável ou uma estatística de emigração», salientou o dirigente da académica. Por sua vez, Guilherme Vaz, recordou os 10% de estudantes que desistem do ES por falta de condições económicas, os 100 mil estudantes deslocados sem lugar nas residências, os 4 mil que entram no ES e não se matriculam e os 48 mil que mostram sinais de complicação de saúde mental.
«Saímos daqui prontos para amanhã construirmos Abril nas nossas escolas e faculdades, para darmos força às nossas reivindicações, para dizermos a quem quer que venha a seguir que a propina é para acabar!», concluiu o dirigente da AEFCSH.
PCP solidário
«Está aqui uma grande manifestação dos estudantes do Ensino Superior, a exigir aquilo que é deles por direito, o direito à educação», afirmou Paulo Raimundo, que encabelou a delegação do PCP que prestou solidariedade à manifestação. «Precisamos que o direito à educação seja consagrado, agora isso não é possível com as propinas, falta de residências, falta de acção escolar e com os custos incomportáveis da habitação», continuou, acrescentando que é preciso travar esse rumo e «abrir um caminho novo».
Luta adensa-se no ensino
«Obras. Democracia. Avaliação Contínua», são estas as exigências centrais dos estudantes do Ensino Secundário que também estão, desde dia 24, em luta. Os protestos deverão continuar até amanhã, dia 28.