A necessidade de «promover uma nova ordem tecnológica global baseada na cooperação, na soberania e na solidariedade» foi destacada num colóquio organizado em Havana. Em 2026, o colóquio vai homenagear Fidel Castro no centenário do seu nascimento.
Decorreu de 17 a 19 deste mês, em Havana, o IV Colóquio Internacional «Pátria», com o propósito de articular projectos, experiências e estratégias de comunicação emancipatórias contra «os modelos dominantes impostos por aqueles que utilizam os meios de comunicação e a Internet como espaços de promoção do ódio, da divisão e do confronto entre os povos».
Conferências, oficinas teóricas e feiras expositivas integraram o programa do evento, dedicado ao 20.º aniversário do canal pluriestatal TeleSur – criado por Fidel Castro e Hugo Chávez – e aos 40 anos da Faculdade de Comunicação da Universidade de Havana.
O fórum realiza-se desde 2022 e presta homenagem ao jornal «Pátria», fundado pelo herói nacional cubano José Martí em 1892 para difundir ideias de liberdadee de uniãodos cubanos em torno da luta pela independência em relação à metrópole espanhola.
Organizado pela União de Jornalistas de Cuba e com a colaboração da Casa das Américas, o colóquio foi um espaço de reflexão para comunicadores, académicos, políticos, activistas e outros cidadãos interessados na temática e reuniu mais de 400 participantes de 50 países. A próxima edição, em 2026, irá homenagear o líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, nos 100 anos do seu nascimento.
Os participantes assumiram o compromisso de continuar a denunciar e a enfrentar o bloqueio tecnológico e económico imposto a povos, como o de Cuba, que restringe o acesso a tecnologias essenciais, violando o seu direito ao desenvolvimento e a sua soberania; e continuar a condenar e a exigir o imediato fim do genocídio contra o povo palestiniano por parte de Israel.
Ao mesmo tempo, o fórum sublinhou a importância de continuar a «enfrentar decisivamente a guerra cognitiva, combatendo activamente as campanhas de desinformação, a manipulação mediática e a guerra psicológica promovidas pelos actores imperialistas, e desenvolvendo agendas de comunicação que respondam aos interesses dos povos».
Na declaração final inscreve-se também a necessidade de promover uma «nova ordem tecnológica global baseada na cooperação, na soberania e na solidariedade, que garanta a participação equitativa e priorize o bem-estar comum em detrimento dos interesses geopolíticos imperialistas».
Os participantes comprometeram-se a promover a criação de uma Carta de Direitos Digitais que «garanta a privacidade, a pluralidade de vozes e o acesso universal à tecnologia, pilares fundamentais para a construção de um mundo mais justo e equitativo».