- Nº 2677 (2025/03/20)

Trabalhadores e reformados argentinos contra políticas de direita e repressão

Internacional

A Central de Trabalhadores da Argentina (CTA) e a CTA-Autónoma vão organizar manifestações conjuntas para denunciar as políticas do governo de extrema-direita e a repressão contra os participantes de uma mobilização em defesa dos direitos dos reformados, em Buenos Aires.

Na quinta-feira, 13, realizou-se uma concentração nas proximidades do Congresso para exigir a aprovação de uma reforma da previdência social, condenar os baixos salários recebidos mensalmente pelos idosos e protestar contra a grave situação socioeconómica do país. Mais de um milhar de agentes de diferentes polícias intervieram com uma forte operação repressiva, utilizando camiões de água, efectivos motorizados, balas de borracha, bastões e gás lacrimogéneo, causando ferimentos em centenas de cidadãos, entre os quais uma idosa de 87 anos e um fotógrafo, que permanece em estado crítico. Além disso, foram detidas 114 pessoas, entre elas uma criança de 12 anos.

Diversas organizações sindicais argentinas repudiaram a violência policial e anunciaram que acompanharão os reformados num novo protesto, que se tem repetido desde há meses todas semanas. Também exigiram a renúncia imediata da ministra da Segurança Pública e reiteraram o pedido ao Congresso para avançar com um julgamento político do presidente Xavier Milei. Os sindicatos vão realizar uma marcha até à sede do parlamento para rejeitar um novo acordo da Argentina com o Fundo Monetário Internacional. E continuarão a exigir que se investigue a participação do chefe do Estado numa recente fraude com criptomoedas.

Foi anunciado, entretanto, que as principais centrais sindicais convocaram uma greve geral, para o final deste mês, em repúdio à repressão da polícia contra os reformados que se manifestavam na capital, junto do Congresso. A convocatória da greve é subscrita pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), CGT Histórica, CTA, CTA-Autónoma, por múltiplos sindicatos provinciais e por outras organizações e movimentos populares.