NAS MÃOS DO POVO A FORÇA DAS SOLUÇÕES
«Não basta derrotar o Governo, é urgente uma outra política»
O Comité Central do PCP, reunido a 17 de Março de 2025, analisou a situação internacional e nacional e decidiu medidas imediatas de intervenção e de luta no actual quadro político.
De facto, face à demissão do Governo PSD/CDS e à marcação de eleições legislativas para 18 de Maio e num quadro em que a situação económica e social se degrada e os problemas dos trabalhadores, do povo e do País se agravam, importa afirmar que a vida de quem trabalha e de quem trabalhou não pode continuar tal como está.
É preciso travar o rumo em curso de sacrifícios para a maioria enquanto um punhado de grupos económicos e multinacionais continuam a concentrar e acumular cada vez mais riqueza.
As eleições de 18 de Maio podem, e devem, ser uma oportunidade para, com mais força à CDU e à política alternativa, contribuir para a resolução dos problemas com que nos defrontamos. Uma opção que está nas mãos dos trabalhadores e do povo, de cada um que aspira a uma vida melhor.
É urgente alterar esta situação, onde os salários não chegam ao final do mês, o custo de vida não pára de aumentar, o acesso à habitação, com rendas e prestações insuportáveis, se torna em muitos casos impossível de alcançar. É urgente travar as dificuldades crescentes no acesso aos cuidados de saúde, o desmantelamento do SNS e a degradação dos serviços públicos.
O País não suporta mais a mistura entre interesses privados e funções governativas, desde logo do primeiro-ministro. Nem tão pouco avança com a submissão do poder político ao poder económico, com a promiscuidade que lhe está associada, e com uma política determinada pela defesa dos seus interesses, que instiga o tráfico de influências e a corrupção.
Uma política geradora de injustiças e desigualdades, que empurra mais de 2 milhões de pessoas, incluindo milhares de crianças, para a pobreza; que leva a que perto de 3 milhões de trabalhadores leve para casa menos de mil euros de salário e mais de um milhão de reformados tenha de gerir as suas vidas com menos de 500 euros de reforma ou de pensão. Uma política que faz com que, enquanto a maioria vive com dificuldades crescentes, 19 grupos económicos encaixem 32 milhões de euros de lucros por dia.
Esta política, independentemente de quem a realize, não serve ao País e é urgente ser travada não só pelos danos que já provocou, mas também pelo que projecta concretizar: o assalto à Segurança Social, novas alterações gravosas à legislação laboral, privatização da TAP, destruição do SNS (de que é expressão o recente anúncio da entrega de cinco hospitais e 174 centros de saúde a grupos privados).
O retrocesso a que o País foi sujeito e a vida difícil da imensa maioria dos portugueses demonstram que não basta derrotar os governos ao serviço do grande capital, é preciso derrotar a sua política e abrir um novo rumo de defesa dos interesses nacionais, com os trabalhadores, as populações e a juventude no centro da sua acção.
O País precisa de mais salários, mais pensões, mais profissionais de saúde, mais creches, lares e casas para viver. Não precisa de esbanjar dinheiro e recursos na corrida aos armamentos e para a guerra.
Por isso, o PCP sublinha e saúda a luta dos trabalhadores e das populações. Uma luta determinante para a defesa e conquista de direitos. Luta que é preciso intensificar até às eleições, nas eleições e para lá das eleições. Luta que assumirá novas expressões, a 24 de Março (luta dos estudantes), a 28 de Maço (manifestação da juventude trabalhadora), a 30 de Março, em Lisboa e no Porto (acções de solidariedade por uma Palestina livre e independente), a 5 de Abril (manifestação nacional em Lisboa, Coimbra e Porto), a 25 de Abril (comemorações do 51.º aniversário do 25 de Abril) e no 1.º de Maio (jornada do Dia dos trabalhadores).
Desmascarando a propaganda e a política dos sucessivos anúncios, a estratégia de vitimização e o atoleiro em que o Governo se enterrou, o PCP e a CDU centrarão o debate da batalha eleitoral nos problemas concretos, que exigem respostas, dos trabalhadores e das populações.
Uma intervenção pela ruptura com este caminho em que os grupos económicos dominam esferas da vida nacional; pela ruptura com a promiscuidade e a corrupção, com o militarismo e a guerra.
Uma intervenção pela alternativa: pelos salários, pensões, pelo SNS, pelo acesso à habitação; pelos direitos das crianças e dos pais, pela paz e pela vida melhor a que todos têm direito.
Intervenção em que se insere o desfile que o PCP realizará no próximo dia 25 de Março, em Lisboa, prosseguindo a acção nacional que tem em marcha «Aumentar salários e pensões, para uma vida melhor». Uma acção de contacto, esclarecimento, mobilização e com a assinatura de milhares de pessoas na exigência dos seus direitos.
No mesmo sentido, enquanto trava a batalha para as eleições legislativas regionais da Madeira, a realizar no próximo domingo e avança na preparação das eleições autárquicas, a CDU está preparada para enfrentar as eleições legislativas e se afirmar como a força unitária e popular ao serviço dos trabalhadores, do povo e da juventude. Força de firmeza, de coragem e com opções claras.
Seja qual for o cenário pós-eleitoral, é na CDU, nos seus votos e deputados que residirá, tal como acontece hoje, a força determinada de combate e de construção, de denúncia e das soluções, a força da convergência e da esperança.