- Nº 2676 (2025/03/13)

Voto das mulheres

Breves Assembleia

A AR realizou, no dia 7, uma sessão pelos 50 anos da universalização do voto às mulheres, na qual Paula Santos destacou o papel determinante destas, ainda no fascismo, em lutas contra a exploração, a fome e a guerra colonial.

«Foi com a Revolução de Abril», referiu, «que os direitos políticos, económicos, sociais e culturais foram conquistados», entre os quais o sufrágio universal. «No entanto, e apesar dos avanços extraordinários e da consagração da igualdade na lei, ela não se reflecte em toda a sua plenitude na vida das mulheres», frisou, recordando obstáculos como as tarefas domésticas e o cuidar filhos e familiares que recaem sobre as mulheres trabalhadores (impeditivos do pleno exercício de direitos políticos), os baixos salários e a pobreza (que afectam de forma particular as mulheres), ou os impedimentos no acesso à IVG e planeamento familiar.

«O direito ao voto é, sem dúvida, de enorme importância, mas é, por si só, insuficiente se não estiverem criadas as condições para uma efectiva participação das mulheres», assinalou.

A deputada comunista criticou, ainda, o sistema de quotas nos órgãos políticos, apontando que a presença de eleitas não garante, necessariamente, que os problemas das mulheres sejam discutidos e solucionados nestas instâncias – havendo sempre uma questão fundamental, que são os interesses de classe de cada um e cada uma.