POR UMA POLÍTICA DE PROGRESSO SOCIAL E DESENVOLVIMENTO
«Travar a degradação da situação nacional»
O governo prossegue a sua acção destruidora, agravando a situação económica e social do País. Os problemas avolumam-se: dos serviços públicos à saúde e à habitação, do aumento do custo de vida aos direitos e aos salários, o Governo não está em condições de responder aos problemas nacionais e é, em si mesmo, um factor de descredibilização da vida política.
Foi neste quadro, perante a vinda a público de factos que envolvem o primeiro-ministro e que o mesmo, na comunicação que dirigiu ao País no sábado passado, para lá de uma inusitada acção de propaganda, não conseguiu dissipar ou sanar e que continuam por esclarecer, reafirmando, pelo contrário, a intenção do governo em prosseguir a agenda ao serviço do grande capital, de ataque a direitos e a serviços públicos, de agravamento da exploração e injustiças, que o PCP decidiu apresentar na AR uma moção de censura ao Governo. Entende o PCP que o Governo merece uma forte condenação e censura pelo anúncio repetido de medidas futuras, para esconder a ausência de medidas no presente capazes de resolver os problemas que afectam e preocupam realmente os portugueses; pelo dinheiro que não chega ao fim do mês; pela indignação perante as injustiças, a incerteza quanto ao futuro.
De facto, a moção que o Grupo Parlamentar do PCP entregou na AR e cuja discussão e votação estava agendada para ontem (já depois do fecho desta edição), não só censura a acção do Governo e a sucessão de factos que o envolvem, como, de igual forma, censura as suas opções políticas, colocando como questão essencial a necessidade de uma política alternativa, indissociável da defesa do regime democrático e do cumprimento da Constituição da República Portuguesa.
Neste quadro importa desenvolver e intensificar a luta e acção de massas, levando a mobilização tão longe quanto possível e garantindo ampla participação nas lutas que estão já marcadas ou se perfilam no horizonte. Entre outras, a acção reivindicativa nas empresas, locais de trabalho e sectores; a luta das populações em defesa dos serviços públicos e exigindo que o Estado garanta as suas funções sociais; a manifestação nacional de mulheres no próximo sábado, 8, Dia Internacional da Mulher, convocada pelo MDM; a manifestação nacional de estudantes convocada por diversas estruturas do seu movimento associativo, em Lisboa, dia 24, Dia Nacional do Estudante; a manifestação da juventude trabalhadora no dia 28 de Março, Dia Nacional da Juventude, em Lisboa convocada pela CGTP/Interjovem; as acções de solidariedade com o povo da Palestina e pela paz Médio Oriente anunciadas para o dia 30 de Março; a Jornada de Luta Nacional convocada pela CGTP-IN para 5 de Abril; as comemorações populares do 51.º aniversário do 25 de Abril; a jornada de luta do 1.º de Maio convocada pela CGTP-IN.
Do mesmo modo, o PCP prossegue e intensifica a sua acção em que se inserem as múltiplas iniciativas de comemoração do seu 104.º aniversário, que hoje se assinala, com o comício em Lisboa e, no próximo domingo, no Porto.
De facto, a 6 de Março de 1921 era formado o PCP, Partido que, ao longo destes 104 anos, desenvolveu uma luta sem tréguas, sempre ao serviço dos trabalhadores, do povo e da Pátria, pela liberdade, a democracia e o socialismo – que continua. Luta que hoje prossegue pelos direitos, contra a degradação da situação nacional que implica a ruptura com a política de direita e a concretização de uma política alternativa patriótica e de esquerda, de progresso social e desenvolvimento.
Acção do PCP que se expressa também numa intervenção combativa nas instituições em defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo e do País e em defesa da paz.
Prossegue também a dinamização da preparação das eleições autárquicas que este ano terão lugar, multiplicando os contactos e alargando o envolvimento de democratas e patriotas, bem como a preparação das eleições para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, a 23 de Março.
Tal como é preciso levar para a frente a acção nacional «Aumentar salários e pensões. Para uma vida melhor» garantindo o seu sucesso político, na luta pela valorização do trabalho e dos trabalhadores, factor imprescindível na construção da política alternativa de que o País precisa para garantir o seu desenvolvimento.
Como referiu o Secretário-Geral do PCP na declaração proferida após a intervenção do primeiro-ministro no sábado passado, «A evolução da situação coloca nas mãos e na luta dos trabalhadores e do povo a exigência e a possibilidade de uma outra política e de um outro caminho para o País. Mais cedo ou mais tarde o povo português com a sua intervenção e luta irá decidir do futuro de Portugal».
O PCP, com os seus 104 anos de luta, continuará a honrar o seu compromisso com os trabalhadores e o povo, na luta pela alternativa patriótica e de esquerda, parte integrante de uma democracia avançada inspirada nos valores de Abril indissociável da construção de uma sociedade nova de paz e progresso social, sem exploradores nem explorados, o socialismo e o comunismo.