1953 – Projecto MK-Ultra
Idealizado pelo químico Sidney Gottlieb e aprovado pelo então director da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), Allen Dulles, o projecto visava, entre outros objectivos, produzir conhecimento científico para possibilitar o controlo da mente. No final de 2024, o National Security Archive e a ProQuest divulgaram novos documentos sobre a história secreta do programa «CIA and the Behavioral Sciences: Mind Control, Drug Experiments and MKULTRA». São mais de 1200 registos da tenebrosa actividade levada a cabo sob nomes de código como MKULTRA, BLUEBIRD e ARTICHOKE, com recurso ao uso de drogas, hipnose, isolamento, privação sensorial e outras formas de tortura sobre cidadãos americanos, sem o seu consentimento. Denunciada há quase 50 anos por uma investigação de Seymour Hersh para o New York Times, que levou à criação do Comité Church, no Senado, para investigar as agências de espionagem do país, a exposição da actividade criminosa da CIA e do FBI levou a reformas visando controlar o chamado «estado profundo», mas meio século depois as agências de espionagem estão cada vez mais poderosas e sem controlo: orquestram assassinatos, gerem locais secretos de tortura, fomentam factos falsos, controlam os media e a indústria do entretenimento.