- Nº 2671 (2025/02/6)

Novas ameaças à Segurança Social que exigem esclarecimento e luta

Argumentos


As novas ameaças à Segurança Social (SS) têm como alvo os direitos dos trabalhadores e dos reformados, retirando ao sistema público as contribuições do trabalho para fins alheios à sua protecção social, fragilizando o regime de repartição, assente na solidariedade intergeracional.

Um ataque à espinha dorsal do sistema público, que visa torná-lo num sistema residual, que a concretizar-se representará um retrocesso na protecção social não só para todas as gerações de trabalhadores, no activo ou na reforma, mas também para os que se encontram numa situação de vulnerabilidade económica e social.

Importa dar corpo a uma ampla campanha de esclarecimento e luta contra estas ameaças que visam destruir o direito de todos os portugueses à SS pública, universal e solidária.

Algumas questões que confirmam a amplitude do ataque:

1. Quais são os objectivos do Governo PSD/CDS com a criação de mais um grupo de trabalho para aprofundar o Livro Verde (deixado pelo PS)?

• Criar condições para entregar à gestão privada (bancos, seguradoras, sociedades gestoras de fundos de pensões) parte dos rendimentos do trabalho, hoje geridos pelo sistema público, transformando a SS em mais um negócio de milhares de milhões de euros a entregar à especulação financeira, subvertendo os princípios consagrados na Constituição da Republica.

• Reduzir e isentar as empresas da Taxa Social Única (TSU) para aprofundar ainda mais a exploração com a redução dos custos do trabalho.

2. O que querem dizer quando falam dos regimes complementares de iniciativa colectiva e privada e o regime público de capitalização?

3. O que pretendem quando falam da reavaliação dos regimes das reformas antecipadas e de reforma parcial, que facilitem a transição entre a vida activa e a reforma?

4. O que quis dizer Jorge Bravo com «podemos ter de pedir a todas as gerações que aceitem abdicar dos direitos que já adquiriram»?

5. A Segurança Social tem ou não saldos positivos?

6. Qual é o valor da dívida contributiva à Segurança Social?

7. Segurança Social tem saldos positivos. CGA é deficitária. Porquê?

A sustentabilidade dos sistema de pensões é posta em causa na Auditoria do TdC, porque este junta à Segurança Social a situação da Caixa Geral de Aposentações, que é deficitária em mais de 31 mil milhões de euros, por culpa dos governos que nunca fixaram nem pagaram as contribuições do Estado como empregador, ao contrário das empresas que têm que pagar a sua parte para a SS.

É hora de defendermos a Segurança Social pública, universal e solidária!

Com esclarecimento e luta em defesa de uma sustentabilidade financeira da Segurança Social ao serviço dos trabalhadores, no activo ou na reforma, e de todos os portugueses assente em melhores salários e melhores pensões e outras prestações sociais substitutivas do trabalho; prevenção e combate ao trabalho não declarado; recuperação da dívida e combate à fraude e evasão contributivas; fim das isenções e reduções indevidas da Taxa Social Única e uma contribuição extraordinária às empresas em função do valor acrescentado.

Adelaide Alves