«Cuba nunca devia ter sido integrada nesta ilegítima lista, tanto mais quando são os EUA que há décadas promovem uma política de cariz terrorista contra o povo cubano e a sua revolução socialista», afirma o PCP sobre a decisão da administração norte-americana presidida por Trump de voltar a incluir Cuba na arbitrária lista de países ditos «patrocinadores do terrorismo».
Reafirmando também a «condenação da acção de ingerência, desestabilização e agressão promovida pelos EUA contra Cuba», o Partido saúda a «justa e corajosa luta do povo cubano em defesa da sua soberania e direitos, assim como a acção do movimento de solidariedade com Cuba e o reiterado posicionamento de diversos países exigindo que os EUA respeitem os princípios da Carta das Nações Unidas e do direito internacional».
Para o PCP, ganha assim uma «ainda maior importância a exigência do fim do criminoso e ilegal bloqueio económico, comercial e financeiro, assim como de todas as outras medidas coercivas e com efeito extraterritorial impostas pelos EUA a Cuba, que visam atingir a sua economia e as condições de vida do seu povo».
Persistir no rumo socialista
Para o Governo cubano, a decisão de Donald Trump de restabelecer as férreas medidas de guerra económica contra Cuba, que o seu antecessor eliminou apenas uns dias antes, expressa «é a demonstração da agressividade do imperialismo norte-americano contra a soberania, a paz e o bem-estar da população cubana». Numa declaração de dia 21, o governo revolucionário sublinha que a inclusão do país na famigerada lista evidencia um «desprezo absoluto pela verdade».
Esta decisão, porém, não surpreendeu as autoridades cubanas, que logo no dia 14, quando a anterior administração de Biden excluiu Cuba dessa ilegítima lista, o Ministério das Relações Exteriores, em Havana, admitiu a possibilidade de o país voltar a ser nela incluído, como veio a acontecer. Se este novo acto de agressão contra Cuba e o seu povo cubano «mostra, uma vez mais, o objectivo verdadeiro, cruel, desapiedado destas e tantas outras medidas de cerco e asfixia, que com fins de dominação se aplicam a Cuba», constitui também uma reacção de impotência frente à incapacidade de subjugar a vontade dos cubanos.
O governo revolucionário garante que Cuba não se vai desviar do rumo socialista, «do empenho em recuperar a economia, de fomentar a maior solidariedade, criatividade, talento, espírito de trabalho, e de defender como um bastião inexpugnável a liberdade, a independência, a soberania e o privilégio de construir um futuro sem ingerência estrangeira».
Repúdio generalizado
A China criticou a decisão da administração dos EUA de incluir de novo Cuba na lista de supostos países patrocinadores do terrorismo. Para as autoridades chinesas, «esta prática demonstra que as listas unilaterais e os mecanismos coercivos dos EUA são arbitrários e que a reiterada utilização de acusações infundadas contra Cuba para impor sanções unilaterais carece de fundamentos, expondo plenamente o rosto hegemónico, autoritário e hostil dos EUA».
Também a Rússia criticou a decisão, garantindo ser «evidente que na realidade não se trata da luta contra o terrorismo». Aliás, acrescentou a porta-voz do governo russo, Cuba tem «uma reputação impecável e exemplar como participante activo na cooperação internacional na luta contra o terrorismo».
A República Bolivariana da Venezuela considerou a medida um «acto de hostilidade» contra Cuba, uma medida «infundada» e «arbitrária» que contradiz os princípios do direito internacional e mina os esforços globais para a paz e a cooperação. Cuba, sublinha o ministro das Relações Exteriores venezuelana, Yván Gil, é uma nação internacionalmente reconhecida precisamente «pela sua solidariedade e empenho humanitário».
Também o Vietname condenou a medida assumida por Donald Trump, sublinhando a necessidade da defesa de «medidas positivas para normalizar» as relações entre os Estados.
A Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio para os Povos (ALBA-TCP) publicou uma nota condenando a decisão, que demonstra «desprezo» pelos povos latino-americanos.