Agrava-se a situação económica e social do País; os preços dos bens e serviços essenciais continuam a aumentar com margens de lucro que ultrapassam já as de 2020: o preço da habitação subiu nos últimos oito anos mais de cem por cento, o preço dos alimentos aumentou em 3 anos 27 por cento e, enquanto o preço dos combustíveis e o gás de botija aumenta, a GALP prepara-se para anunciar os maiores lucros de sempre.
Face a esta situação, o Governo, que é tão célere a nomear e contratar os seus agentes para fazer cumprir o assalto aos recursos públicos, fazer avançar o seu plano de privatizações e o desmantelamento do SNS, recusa-se a contratar e fixar o que é urgente e prioritário na saúde - médicos, enfermeiros e técnicos no SNS – e em outros sectores.
E é uma situação que só não é mais grave porque os trabalhadores e as populações não cruzam os braços e lutam e o PCP desenvolve uma intensa acção em defesa dos direitos, como aconteceu, entre tantas outras iniciativas por todo o Pais, na sessão de anteontem de apresentação do livro «Privatização da ANA: assalto aos aeroportos», onde Paulo Raimundo denunciou o assalto, em curso há muito tempo, aos recursos nacionais, por via das privatizações. Autênticos crimes contra o interesse nacional, expressos na entrega de sectores estratégicos, como foi na banca, na EDP, na GALP, na PT, na ANA, entre tantas outras. ANA, em relação à qual, está neste momento em curso um novo assalto, agora a pretexto da construção do novo aeroporto, que há muito deveria estar concluído.
Ora, é o prosseguimento e intensificação dessa luta e da intervenção do PCP e da CDU que não só têm travado o agravamento dos problemas, como é também essa luta e intervenção que, por mais difíceis que sejam as circunstâncias, tornou e tornará possível avanços na resolução dos problemas.
Foi o caso das portagens nas ex-SCUT, contra as quais se desenvolveu uma luta intensa e prolongada, com altos e baixos, ao longo de 14 anos, com manobras de diversão e piruetas daqueles que estiveram sempre preocupados com os interesses das concessionárias. Uma luta que continua, nomeadamente pelo fim das portagens de ex-SCUT, que ainda continuam a ser cobradas.
É também o caso da luta pela reposição de freguesias. Foi a força das populações e a intervenção do PCP e da CDU que determinou, recentemente, que 302 freguesias fossem repostas. E poderiam ter sido mais 121, não fosse terem sido travadas por IL, PSD, CDS, Chega e PS.
Luta que é preciso desenvolver nas empresas e locais de trabalho em torno da acção reivindicativa. Luta pelo aumento dos salários, das pensões, para salvar e reforçar o SNS, pelo acesso à habitação, em defesa dos direitos das crianças e dos seus pais.
Desenvolve-se também uma intensa acção pela paz, de que foi importante expressão a manifestação nacional de 18 de Janeiro. Foi no âmbito desta acção que o Secretário-Geral do PCP reafirmou, esta semana, a exigência «Não à guerra», Não à NATO, Pela Paz! Por um sistema de segurança colectiva», ao repudiar os objectivos da visita a Portugal do Secretário-Geral da NATO, Mark Rutte, inserida num processo de pressão e de chantagem para o aumento dos gastos militares e a promoção da deriva belicista, objectivos contrários à Paz e aos interesses de Portugal.
E, a par da luta, é importante dinamizar a acção nacional «Aumentar salários e pensões, para uma vida melhor», que o PCP tem em curso. Uma acção de contacto, esclarecimento, mobilização e recolha de milhares de assinaturas, que se juntarão às cerca de 95 mil já recolhidas até ao momento.
E é preciso levar por diante uma ampla acção de apoio popular à CDU, espaço de ampla convergência, onde cabem comunistas, ecologistas, independentes, e todos os que, para lá das suas opções partidárias, anseiam resolver os problemas concretos das populações e querem justamente viver melhor na sua terra.
O País e a vida de cada um precisam de uma política alternativa, patriótica e de esquerda, precisam da mudança que se impõe ao serviço dos trabalhadores, das populações e da juventude. Para concretizar este caminho, este projecto de um Portugal desenvolvido e soberano, esta vida melhor, a luta dos trabalhadores e do povo é decisiva, como é decisiva a intervenção e iniciativa do PCP.
Por isso, este não é o tempo de ficarmos a ver o que pode acontecer. Este é o tempo de intervir, de tomar a iniciativa com ousadia e confiança, de ir ao contacto com as populações, de esclarecer e convencer que é com o PCP, é com a CDU que podem defender os seus direitos, criar condições para viver melhor nas suas terras, preparar um futuro diferente.
No tempo em que vivemos, com as exigências que ai estão, o PCP afirma a diferença, capacidade, resistência, coragem, iniciativa e uma grande confiança na luta por uma vida melhor, por uma sociedade mais justa, por um Portugal com futuro.