Séc. III – Zenóbia de Palmira

Segundo o historiador britânico R. W. Southern, «a verdadeira Zenóbia é indescritível, talvez inatingível, e romancistas, dramaturgos e historiadores podem absorver as evidências disponíveis, mas ainda precisam de entrar em variados graus de especulação». Escritores antigos e modernos coincidem em considerar Zenóbia «uma das figuras mais românticas da História», mas escasseiam fontes fidedignas e objectivas para traçar a biografia da que ficou conhecida como a rainha de Palmira que desafiou Roma no séc. III. A História Augusta refere Zenóbia de forma tendenciosa, por ser inaceitável que uma mulher pudesse fazer frente ao império romano. Descrita pelos contemporâneos como uma bela mulher morena, inteligente e culta, Zenóbia distinguia-se pelo domínio do grego, latim, sírio e egípcio, línguas em que debatia com filósofos, juristas e sacerdotes. As fontes coincidem em que tinha como conselheiro oeminente filósofo e escritor grego, Cássio Longino, que promoveu as artes e inspirou estudiosos, académicos, e artistas. Zenóbia permanece como símbolo nacional na Síria, mas a lenda não tem fronteiras, e é muitas vezes invocada como modelo feminino, símbolo da luta pela liberdade e heroína dos oprimidos. Foi vencida pelo imperador Aureliano, em 272.