Malcolm Little, conhecido como Malcolm X, um afro-americano activista dos direitos humanos e defensor do Nacionalismo Negro nos EUA, foi assassinado em 21 de Fevereiro de 1965 quando discursava perante apoiantes, em Nova Iorque. 60 anos após o crime, atribuído à época a três homens, dois dos quais sempre se declararam inocentes, está em curso uma acção judicial, interposta por destacados advogados de direitos civis em nome das filhas do dirigente negro, que acusa o governo dos EUA de cumplicidade no assassinato. O processo surge na sequência de nova investigação que põe em causa a narrativa oficial do sucedido, segundo a qual o crime foi obra de antigos companheiros de Malcolm X na organização Nação do Islão (NOI) a que pertencia. O processo é dirigido contra os EUA, a cidade de Nova Iorque, J. Edgar Hoover, entre muitos outros agentes identificados do NYPD, FBI e CIA, organizações acusadas de esconder e influenciar, por vários meios, as circunstâncias em torno da morte de Malcolm X. «Este caso é sobre a relação corrupta, ilegal e inconstitucional entre as autoridades policiais e assassinos cruéis que durante muitos anos não só não foi controlada como foi activamente ocultada, tolerada, protegida e facilitada por agentes governamentais», diz a acusação.