Na sequência das eleições realizadas a 28 de Julho, Nicolás Maduro tomará posse como Presidente da República Bolivariana da Venezuela, para o período 2025/2031, perante a Assembleia Nacional da Venezuela, amanhã, 10 de Janeiro. No entanto, e à semelhança do que se verificou durante as mais de duas décadas de ingerência, desestabilização e guerra económica contra a Venezuela, anuncia-se um novo cortejo de hipócritas, daqueles que a propósito deste acto institucional irão apregoar de novo os seus dissimulados e efémeros entusiasmos “democráticos”.
Os que, apregoando pela “democracia”, foram responsáveis, cúmplices ou ficaram silenciosos perante as várias tentativas de golpe de Estado e de descredibilização de processos eleitorais por parte da extrema-direita fascista, com o apoio dos EUA, da UE, da OEA ou de países latino-americanos. Os que, clamando pelos “direitos humanos”, foram responsáveis, cúmplices ou ficaram silenciosos perante a imposição por parte dos EUA de um cruel bloqueio económico e financeiro contra a Venezuela e as suas gravosas consequências nas condições de vida do povo venezuelano. Aqueles que, bradando pelo “direito internacional”, foram responsáveis, cúmplices ou ficaram silenciosos perante o descarado roubo de milhares de milhões de activos da Venezuela, por parte dos EUA, do Reino Unido ou em Portugal, onde continuam retidos cerca de 1,5 mil milhões de dólares. Esses mesmos que, propagandeando pela “soberania”, foram responsáveis, cúmplices ou ficaram silenciosos perante as acções terroristas e os apelos da extrema-direita golpista à intervenção militar dos EUA e dos seus mercenários.
Os arautos que, apregoando pela “vontade do povo”, foram responsáveis, cúmplices ou ficaram silenciosos perante o vergonhoso “reconhecimento” de Guaidó como “presidente” da Venezuela por parte dos EUA, da UE – incluindo do então governo português – e dos países do denominado “Grupo de Lima”. Os mesmos que, advogando pela “verdade”, foram responsáveis, cúmplices ou ficaram silenciosos perante as sistemáticas campanhas de deturpação que visam isolar política e diplomaticamente a Venezuela bolivariana e estigmatizar a solidariedade que a esta é devida. Aqueles que, em Portugal, afinal, foram responsáveis, cúmplices ou ficaram silenciosos perante toda esta violência, arbitrariedade e ilegalidade contra a Venezuela e o seu povo, e, consequentemente, contra a comunidade portuguesa que ali vive. Os que, alinhados com o imperialismo e a extrema-direita golpista, falam hipocritamente de “liberdade”, “democracia” e “direitos”, mas que, na verdade, têm pactuado com o desrespeito e agressão à liberdade, à democracia, aos mais elementares direitos do povo venezuelano.
A Venezuela está perante enormes desafios e exigências. Para os vencer continua a ser determinante a consciência, a participação, a unidade do seu povo, a partir da convergência das forças revolucionárias, progressistas, patrióticas e da união cívico-militar, na defesa do que foi alcançado e na conquista de novos e e mais profundos avanços no processo iniciado com a eleição de Hugo Chávez. Face à ingerência e desestabilização, é fundamental a solidariedade com a luta do povo venezuelano em defesa da sua soberania e direitos.