É preciso garantir o acesso de todos à Saúde, reafirma o PCP
Em declaração política proferida anteontem na Assembleia da República, em nome da bancada do PCP, Paula Santos denunciou a difícil situação que se vive no Serviço Nacional de Saúde: as urgências encerradas, os elevados tempos de espera nas urgências, os atrasos no atendimento na linha SNS 24, a obrigação de contactar essa linha antes de ir às urgências e até a triagem digital para casos de doença respiratória. Estes são, garante a deputada comunista, o resultado das opções da política de direita que PSD e CDS, com o apoio da IL e do Chega, ainda querem aprofundar.
A presidente do Grupo Parlamentar do PCP lembrou como, durante muito tempo, as denominadas «falsas urgências» foram o argumento utilizado para justificar os elevados tempos de espera para atendimento. Estes doentes, que procuravam legitimamente ajuda porque se sentiam doentes, não tinham resposta de proximidade e recorriam à única porta aberta, a do serviço de urgências, foram culpabilizados pelo entupimento das urgências. Acontece que agora, com a obrigação dos doentes ligarem para a linha SNS 24 antes de se dirigirem a um serviço de urgência, só vai para urgência quem é encaminhado: há doentes urgentes com pulseira amarela com tempos de espera de seis a 10 horas, havendo até notícias de hospitais em que chegam a aguardar 16 horas para serem atendidos.
Ora, salientou a deputada comunista, fica assim comprovado o que era há muito uma evidência: o problema reside na falta de profissionais de saúde para assegurar o adequado funcionamento dos serviços, que o Governo, sabendo, insiste não apenas em não resolver como toma medidas que poderão até levar a que mais profissionais de saúde abandonem o SNS.
Para Paula Santos, está-se perante uma estratégia do actual Governo para desarticular e desagregar o SNS com um único objectivo, o de promover o negócio da doença dos grupos privados.