Novo ano é sinónimo de luta redobrada por uma vida melhor

Se em 2025 não se perspectivam os melhores augúrios - tanto a nível dos salários e pensões, como nos serviços públicos ou nos preços de bens essenciais – da parte do PCP fica a promessa: continuar a lutar, com os trabalhadores e o povo, para uma vida melhor.

Combate à ofensiva sobre a vida do povo e pela sua dignidade continuará em 2025

Esta ideia foi sublinhada por Paulo Raimundo, Secretário-Geral do PCP, num almoço com reformados na Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos de São Sebastião, Setúbal.

«Que o ano de 2025 seja melhor do que 2024, e que se responda à vida real e difícil que enfrentamos, e se deixe de governar para a propaganda, como tem sido o caminho levado a cabo pelo Governo», começou por destacar o dirigente comunista.

Paulo Raimundo assinalou que o actual Executivo PSD/CDS apenas se preocupa com a estabilidade do grande capital, ignorando a instabilidade que as suas opções políticas provocam na vida da larga maioria das pessoas.

«Quando o primeiro-ministro veio, no Natal, falar da necessidade da estabilidade, e valorizá-la, não estava a pensar na vida difícil e na instabilidade dos mais de um milhão de reformados que ganham até 510 euros de reforma por mês. Estava a pensar na estabilidade dos grupos económicos, daqueles que concentram 32 milhões de euros de lucros por dia. Não estava a pensar naqueles que trabalharam uma vida inteira, e que ao fim de 40 anos de trabalho e de descontos, têm direito à sua reforma por inteiro, e sem penalizações. Não, não estava a pensar neles», advertiu.

Governo apenas para o grande capital
O Secretário-Geral criticou o Governo PSD/CDS, mas, também, as demais forças da política de direita – PS, CH e IL – que decidiram «entregar 400 milhões de euros, com a descida do IRC, para as grandes empresas».

Tudo isto, em contraste claro com a reiterada recusa destes partidos em aceitar a proposta do PCP de aumentar em cinco por cento (num mínimo de 70 euros) todas as pensões, apresentada no quadro do Orçamento do Estado.

E, ainda, em contraste com a opção do PS de, em vez de apoiar a iniciativa dos comunistas, «encher a peitaça» com a sua própria proposta, que prevê um aumento muito mais reduzido das pensões.

O dirigente comunista recordou que os 1 800 milhões de euros que viriam do OE para pagar o aumento proposto pelo PCP corresponde, aproximadamente, ao valor dos benefícios aprovados pelas forças da política de direita em benefícios para o grande capital. E realçou que, ao contrário destes, os comunistas «não desistem dos reformados, dos pensionistas e do País».

Novo ano, vida nova?
«Quem trabalhou uma vida inteira tem de viver com dignidade», sublinhou o Secretário-Geral, reafirmando o compromisso do PCP com a luta dos reformados, pensionistas e idosos, e advertindo para falsas promessas de aumentos do Complemento Solidário para Idosos que, sendo bem-vindos, não substituem a necessária valorização das pensões, e excluem uma boa parte desta camada social. «É preciso olhar para todos» os idosos, disse.

Só estes aumentos (associados a outras opções, como o aumento dos salários ou políticas que assegurem verdadeiramente o direito à habitação) poderão dar resposta a um 2025 que se adivinha ainda mais difícil do que 2024, em linha de continuidade com o grande aumento verificado, nos últimos anos, nos preços dos bens e serviços do cabaz de compra das famílias portuguesas.

O nível médio dos preçosestá, hoje, face a 2021, 16,1 por cento mais elevado, sendo de salientar a subida das despesas das famílias com produtos alimentares(27 por cento) e com habitação, electricidade, água, gás e outros combustíveis(17,7).

Estes aumentos verificam-se, por exemplo, na subida dos preçosde produtos como pão e cereais(28 por cento), carne(27), leite, queijo e ovos(30), produtos hortícolas(36), fruta(22), óleos e gorduras(47) e peixe(19).

E em 2025 a situação não parece alterar-se: sucedem-se os anúncios de subidas de preços e avizinha-se um poder de compra ainda mais degradado.

A isto, o Governo, que serve os interesses dos que lucram com o peso destes aumentos, não dará resposta: cabe aos trabalhadores, aos reformados e ao povo, com o PCP, dar combate a esta ofensiva sobre as suas vidas, em defesa da sua dignidade.

Podem contar com o PCP
O Secretário-Geral fez, ainda, questão de mencionar algumas das outras batalhas que o Partido tem levado a cabo, e que continuará a travar em 2025.

Desde logo, a acção nacional Aumentar Salários e Pensões (ver caixa), mas, também, no caso particular dos reformados, a luta pelo direito à reforma após 40 anos de descontos (sem penalizações), por uma rede pública de lares e pelo acesso gratuito a medicamentos para doenças crónicas.

As batalhas a travar deverão, igualmente, realizar-se noutras frentes, desde a defesa do SNS ou do direito à habitação, à necessária criação de uma rede pública, gratuita e universal de creches e, claro, à luta pela paz (que terá expressão concreta na manifestação de dia 18 de Janeiro).

Outra importante batalha destacada pelo dirigente comunista é a das eleições autárquicas, onde se reafirmará a CDU como «projecto colectivo ao serviço das populações».

Na mesa da iniciativa, além de Paulo Raimundo, estiveram: João Pauzinho, do Comité Central; António Pedro, presidente da associação; Luís Matos, presidente da Junta de Freguesia de São Sebastião; Carla Guerreiro, vice-presidente da Câmara Municipal de Setúbal; e João Frazão, da Comissão Política e responsável pela Organização Regional de Setúbal.

 

O caminho continua!

«O que temos feito tem sido extraordinário», referiu Paulo Raimundo em relação à acção nacional Aumentar Salários e Pensões, para uma vida melhor, que, avançou, já recolheu mais de 80 mil assinaturas.

E reforçou que «vale a pena este esforço», para o qual o PCP conta, também, com a participação activa dos reformados, pensionistas e idosos comunistas.

Neste sentido, frisou, 2025 está já a começar com a preparação da jornada «100 acções para as 100 mil assinaturas», no dia 14, na qual se prevê a recolha de milhares de apoios para o abaixo-assinado.

Esta é a resposta do colectivo partidário ao desafio lançado pelo Secretário-Geral no encerramento do XXII Congresso do PCP, recolhendo assinaturas em empresas, praças, estações de comboio, escolas, e outros locais de passagem dos trabalhadores e das populações.

O 14 de Janeiro será um dia inteiramente dedicado ao contacto, esclarecimento e compromisso de milhares de pessoas que, face às dificuldades, sabem que é preciso lutar por uma vida melhor.

Nessa data, Paulo Raimundo estará numa acção de contacto no Hospital de Santarém onde será vincada, ainda, a necessidade de dar respostas aos problemas do SNS e outros serviços públicos. Também no dia 7, e no âmbito da acção nacional, o Secretário-Geral marcará presença na fábrica Bimbo, em Mem Martins, Sintra.

 

Mensagem de Ano Novo de Paulo Raimund

Neste tempo cheio de inquietações, em que soam os tambores da guerra, se acentuam as injustiças e com o grande capital apostado na extrema-direita, o povo precisa, de um Partido de confiança, de um porto seguro de firmeza e coragem.

Para lá da propaganda, a vida real está difícil para quem trabalha e trabalhou uma vida inteira, para os que buscam cá uma vida melhor, para todos os que procuram lá fora as oportunidades negadas no seu País.

Muitas das pessoas, incluindo crianças são empurradas para a pobreza e para um mês cada vez maior para o seu salário ou pensão, enquanto um punhado de grupos económicos encaixam trinta e dois milhões de euros de lucros por dia.

É esta injusta distribuição da riqueza que é a causa dos problemas da vida e não o vizinho, quem trabalha ao nosso lado ou aquele com quem nos cruzamos na rua e nos transportes.

Que 2025 seja mais um ano de mobilização pela Paz, pelo o aumento dos salários e pensões, pelo reforço do SNS e o acesso à saúde, à Escola Pública, à Habitação, pela concretização dos direitos dos pais e das crianças.

Não desistimos do País, há meios, gente séria e força bastante para levar por diante o País mais justo e a vida melhor a que temos direito, no caminho aberto pela revolução de Abril.

Que a esperança se imponha.

Contem com o PCP.

 

 

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